O Brasil está desenvolvendo esforços com vistas a serem reconhecidas como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO – Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura –, 19 (dezenove) fortificações, conforme Lista Indicativa enviada em 2015.
- Forte dos Reis Magos – Rio Grande do Norte
- Forte de Santa Catarina – Paraíba
- Forte de São João Batista do Brum – Pernambuco
- Forte de São Tiago das Cinco Pontas – Pernambuco
- Forte de Santa Cruz de Itamaracá – Pernambuco
- Forte de Santo Antônio da Barra – Bahia
- Forte de Nossa Senhora de Monte Serrat – Bahia
- Forte São Marcelo – Bahia
- Forte de São Diogo – Bahia
- Forte de Santa Maria – Bahia
- Fortaleza de São João – Rio de Janeiro
- Fortaleza de Santa Cruz – Rio de Janeiro
- Forte de São João – São Paulo
- Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande – São Paulo
- Fortaleza de São José – Amapá
- Forte Príncipe da Beira – Rondônia
- Forte de Coimbra – Mato Grosso do Sul
- Fortaleza de São Antônio de Ratones – Santa Catarina
- Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim – Santa Catarina
Duas dessas 19 estruturas coloniais estão na Amazônia brasileira – a Fortaleza de São José, localizada em Macapá / AP, construída em 1764 e o Real Forte Príncipe da Beira, construído na região de Costa Marques / RO, em 1776
Alguns detalhes sobre as duas fortificações postados por Elcio Rogério Secomandi, Professor Emérito da Universidade Católica de Santos. Vide: Secomandi – Tertúlias Portugal – Brasil (Ep. 03) – “Turismo Virtual em Fortificações Coloniais do Brasil indicadas para o Patrimônio Mundial”
Fortaleza de São José – (Macapá / AP, 1764)

Vista aérea da Fortaleza de São José, entre o Rio Amazonas e parte da cidade de Macapá. (Foto: Divulgação/Secult)
A fortificação atual data de 19 de março de 1764, dia do padroeiro, São José. Porém, no início do Século XVII outras fortificações anteriores (irlandesa, britânica e, depois, francesa) foram destruídas pelos portugueses na Foz do Amazonas. A ocupação portuguesa sofreu dois reveses pelos franceses (uma em 1838 e outra em 1895), mas a posse definitiva foi resolvida por meios diplomáticos. Tombada como patrimônio histórico nacional em 1943, atualmente é administrada pela Fundação Museu Fortaleza de São José de Macapá, do Governo do Estado.
Real Forte Príncipe da Beira – (Costa Marques / RO, 1776)
É um excepcional exemplar sobrevivente de fortificação abaluartada portuguesa fora da Europa. O forte, do período pombalino, exerceu papel fundamental na consolidação da fronteira oeste do Brasil, definida pelos tratados de Madrid (1750) e de Santo Idelfonso (1777). A área do seu entorno é ocupada por um Pelotão de Fronteira do Exército Brasileiro. Tombado em 1950, atualmente está em fase de restauração pelo IPHAN.
A Professora Graciete Guerra da Costa, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), é autora de um estudo sobre as fortificações na Amazônia nos séculos XVII e XVIII
Resumo
Esta comunicação faz parte de um projeto sobre as Fortificações na Amazônia de 1616 a 1750. Examina o contexto histórico, a geopolítica, a sociologia da conquista. O trabalho estuda as fortificações na Amazônia brasileira e as características particulares da arquitetura militar produzida na região em meados dos séculos XVII e XVIII. A política da Coroa Portuguesa, de fortificar, demarcar, ocupar e povoar a região que lhe cabia, faz parte da decisão pombalina de substituir as missões religiosas por freguesias, confiada a militares, a representantes do rei, e a alguns membros do clero secular. A divisão territorial incrustada por propriedades da Igreja passou a contar com a sociedade civil. A fundação de fortalezas e cidades pelo vale do Rio Amazonas substituiu missões religiosas. A nominação dessas vilas com topônimos portugueses como Almeirim, Santarém, Óbidos, e outras, além da construção do plano urbanístico, segundo moldes das cidades portuguesas, deram uma feição lusitana no povoamento do Vale. O presente estudo pontua que essas mudanças refletem uma nova divisão territorial naquele período de transformações da toponímia. Vide: Fortificações na Amazônia | Navigator
O Projeto Tertúlias Portugal – Brasil – Tertúlias Portugal-Brasil – YouTube – já apresentou diversos episódios sobre as fortificações construídas no Brasil, ao longo do tempo, com destaque para a Amazônia.
- Tertúlias Portugal – Brasil (Ep. 78) – “Arquitetura militar portuguesa na Amazônia: Real Forte Príncipe da Beira.” – “Lourismar da Silva Barroso”
- Tertúlias Portugal – Brasil (Ep. 74) – “A presença portuguesa na Amazônia Ocidental: o Real Forte Príncipe da Beira” – “Hiram Reis e Silva”
- Tertúlias Portugal – Brasil (Ep. 26) – “O processo de candidatura ao Patrimônio Mundial do Conjunto de Fortificações do Brasil: O estado da arte e os próximos passos” – “Candice dos Santos Ballester”
O site Ecoamazônia – Fundação para o Ecodesenvolvimento da Amazônia tem uma série de publicações sobre as fortificações na Amazônia. Vide Fortificações – Ecoamazônia

Mapa da Amazônia com a localização dos 11 fortes. Fonte: Comando Militar da Amazônia, 2013 – Imagem postada em: A cartografia das fortificações da Amazônia nos séculos XVII e XVIII – Graciete Guerra da Costa
Por: Equipe Ecoamazônia
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