BOA VISTA (RR) – A Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) aprovou a participação de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) no projeto de interesse da empresa Transnorte Energia S.A. (TNE), que visa interligar a energia de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Sudam aprovou o projeto da empresa Transnorte Energia S.A para interligar o sistema elétrico (Divulgação/Agência Brasil/EBC)

O valor para destinado é de R$ 1,734 bilhão. A publicação da resolução ocorreu no dia 27 de dezembro, no Diário Oficial da União.

Conforme a pasta, o objetivo é a implantação, operação e manutenção das instalações de transmissão de energia elétrica constituídas pela linha de transmissão Manaus e Boa Vista, de 500 kV. Com a autorização para iniciar a obra, a empresa responsável pode selar os contratos com a Caixa Econômica Federal, que é o agente operador, para adquirir os recursos financeiros.

“Estas instalações têm a finalidade de interligar o sistema elétrico do Estado de Roraima (RR) ao Sistema Interligado Nacional, permitindo o fluxo de energia elétrica bidirecional, melhorando a qualidade e confiabilidade ao Estado de Roraima, único estado brasileiro que ainda está eletricamente isolado do restante do país”, destaca trecho da resolução.

Do valor total disponibilizado por meio do empenho de recursos do FDA, o valor de R$ 1,7 será para o financiamento da operação da empresa Transnorte Energia S.A. (TNE) e R$ 34 milhões referente a 2% de remuneração da Sudam por sua gestão e demais atribuições previstas na decisão.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), já havia manifestado interesse na aprovação no dia 12 de dezembro, quando anunciou e aprovou um ajuste no regulamento do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), com objetivo de levar para Roraima, uma nova linha de transmissão energética.

O assunto sobre a energia elétrica no Estado já se tornou um tema bastante discutido no País, principalmente por Roraima ser a única região que não faz parte do SIN. Desde 2001 que o Estado recebe energia por meio do abastecimento interligado com a Venezuela, outra alternativa utilizada são as usinas termelétricas.

Energia em Roraima

Apesar de receber energia do Linhão de Guri, proveniente da Venezuela, Roraima enfrenta dificuldades na instabilidade da rede, o que afeta diretamente na população, serviços e comércio. Conforme o Ministério de Minas e Energia (MME), o Estado sempre apresentou fragilidade com o abastecimento, mas a partir de 2015, a situação se agravou.

Dados registrados do ministério mostram que apenas no ano de 2018, houve 85 blecautes no sistema de Boa Vista. No ano de 2019, os apagões continuaram e, em seguida, o linhão do país vizinho foi desligado, devido à crise política e econômica na Venezuela.

A energia do Estado ficou dependente de cinco termelétricas, com capacidade de 400MW, para abastecimento de toda a carga de Roraima.

Neste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a importação de energia elétrica vinda da Venezuela, utilizando a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), para custear o serviço.

O linhão de Tucuruí também se tornou outra alternativa para cessar a instabilidade de energia elétrica em Roraima. No entanto, as obras ainda não foram finalizadas e o processo passa por um atraso, devido ao impasse com a reserva Waimiri Atroari, território que deve ser utilizado para colocar as torres de transmissão de energia.

Por Ian Vitor Freitas / Editado por John Britto / Publicado por Revista Cenarium – Sudam aprova R$ 1,7 bilhão para interligar Roraima a sistema elétrico