A 20ª edição da Feira de Pirarucu de Manejo Sustentável, realizada em Tefé, no Amazonas, foi um sucesso não apenas em termos de conservação da biodiversidade, mas também em gerar um impacto direto na economia da região. O evento, que reuniu pescadores e compradores interessados no peixe proveniente de práticas sustentáveis, resultou em um faturamento significativo para as famílias envolvidas no manejo do pirarucu, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e para o fortalecimento da atividade pesqueira responsável na região. Durante os dois dias de feira, foram comercializados 120 peixes, totalizando 5.964 kg de peso inteiro eviscerado e 4.473 kg de manta fresca. O valor total arrecadado foi de R$ 51.016,68, um número expressivo que demonstra a demanda crescente por produtos provenientes de sistemas de manejo sustentável. O preço médio bruto por quilo do peixe inteiro eviscerado foi de R$ 8,55.
O lombo do peixe foi comercializado a R$18. O preço médio abaixo de R$9/kg possibilita alimento acessível para a população local ao mesmo tempo que remunera o grupo de manejo. Pouco a pouco a renda dos manejadores está subindo sem limitar o acesso da população.
Um total de 42 pessoas foram beneficiadas diretamente pela comercialização dos peixes, com cada pescador recebendo, em média, R$ 1.214,68 de ganho bruto. Entretanto, é importante ressaltar que os ganhos individuais variaram entre R$ 116,31 e R$ 2.142,85. Esse valor representa um importante incremento na renda dessas famílias, que dependem da pesca e do manejo sustentável para garantir sua sobrevivência.
O sucesso da feira de pirarucu também simboliza o fortalecimento do modelo de manejo sustentável adotado pelo Instituto Mamirauá, que ao longo dos últimos 25 anos tem assessorado 13 coletivos no Amazonas. Desde o início do programa de manejo, em 1999, o Instituto capacitou mais de 1.000 multiplicadores dessa prática, não só no Brasil, mas também em outros países amazônicos. A Instrução Normativa SEMA/AM nº 09, que regulamenta o uso sustentável dos recursos pesqueiros, garante a continuidade e a expansão de iniciativas como a do Grupo Marumaruá-Atapi, que agora pode contar com a autorização formal para a pesca do pirarucu, autorização concedida pelo IBAMA mediante anuência da SEMA.
O Grupo de Manejo Marumaruá-Atapi atua na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDSA), uma das áreas mais produtivas e biodiversas da Amazônia. O Programa de Manejo da Pesca tem como foco o ordenamento do uso pesqueiro na região e a conservação da população do pirarucu, ameaçada no passado pela sobrepesca. O processo de capacitação das comunidades, conduzido pelo Instituto Mamirauá, incluiu o ensino de técnicas de contagem, pesca responsável e boas práticas de manipulação do pescado, garantindo a sustentabilidade do manejo e o fortalecimento das comunidades tradicionais e indígenas.
FONTE: INSTITUTO MAMIRAUÁ – Seis toneladas de pirarucu de manejo sustentável são vendidas na vigésima edição da Feira
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