Dados sobre a Bacia do Rio Amazonas são apresentados no  50º Boletim de Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB)

Foto: SGB/Divulgação – Rio Negro, em Manaus AM.

Manaus (AM) – O Rio Negro atingiu a cota de 14,48 em Manaus (AM), nesta terça-feira (3). É o que indica o 50 º Boletim de Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB). De acordo com os dados, foram registradas elevações de 3 cm por dia, na última semana.

Em outros trechos da Bacia do Rio Amazonas também é observada a recuperação dos níveis. O Solimões registrou subidas de 30 cm, em média, por dia na estação de Tabatinga (AM) e a cota chegou a 4,09 m. Em Fonte Boa (AM), as variações diárias são de 6 cm e a marca atual é de 11,10 m. Na capital Porto Velho (RO), o Rio Madeira atingiu 5,67 m.

Apesar das elevações, os níveis ainda estão abaixo da faixa de normalidade para o período. “O ritmo de subida dos rios é regular, ou seja, está dentro do esperado. Mas as cotas ainda estão baixas como consequência da seca extrema, pois o pico ocorreu há pouco tempo”, explica o pesquisador Andre Martinelli, gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Superintendência Regional de Manaus.

Neste ano, foram registradas mínimas históricas em vários pontos da região amazônica. Em Manaus (AM), o Negro chegou a 12,11 m, em novembro. Essa foi a cota mais baixa dos últimos 122 anos. No Rio Madeira, os níveis estavam tão baixos que o SGB precisou instalar uma nova régua para medir a cota, que ficou abaixo de 1 m pela primeira vez, desde 1967. A capital registrou em outubro 19 cm.

A tendência é que os níveis continuem subindo nos próximos dias. É possível acompanhar as cotas em tempo real na plataforma SACE e nos boletins de monitoramento hidrológico divulgados semanalmente pelo SGB. As cotas são definidas com base em medições históricas e considerações locais. Por isso, não seguem o mesmo padrão em todos os rios.

Apoio aos municípios

Além dos Sistemas de Alerta Hidrológico, o SGB oferece aos gestores públicos o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS). Esse é o principal banco de dados sobre poços no Brasil, que pode ser usado para identificar fontes de abastecimento. O SGB também realiza o mapeamento de áreas de risco geológico, identificando e trazendo informações sobre áreas dos municípios sujeitas a perdas e danos por eventos de natureza geológica. Esse trabalho é uma importante ferramenta para a tomada de decisões sobre redução de riscos, prevenção de desastres e ordenamento territorial.

Parceria

O monitoramento dos rios é feito a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma SACE.

Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Rio Negro sobe para 14,48 m em Manaus (AM) – SGB