As ações ocorreram em 2024 impondo prejuízo de R$ 267 milhões ao garimpo ilegal. Mais de 33 quilos de ouro foram apreendidos e dezenas de aeronaves e pistas de pouso, destruídas

Fernando Palimitheli, cacique da comunidade Palimiú, na Terra Indígena Yanomami

O Governo Federal encerrou 2024 com avanços expressivos no combate ao garimpo ilegal e na proteção da Terra Indígena Yanomami (TIY), localizada no estado do Roraima. Sob a coordenação da Casa de Governo, instalada na capital Boa Vista em março deste ano, foram realizadas mais de 3.488 operações em apenas nove meses de atuação, consolidando a retirada de invasores, a destruição da logística criminosa e a assistência às comunidades indígenas.

O balanço aponta para uma redução de 96,3% na abertura de novos garimpos em comparação com 2022, ano que representou o auge do garimpo ilegal na região. Naquele período, milhares de garimpeiros invadiram o Território Yanomami, provocando impactos devastadores, como desnutrição, aumento de casos de malária, escassez alimentar e a interrupção do cultivo das roças tradicionais.

O resultado dessas iniciativas foi obtido por meio de ações estratégicas que desmantelaram a infraestrutura criminosa usada para sustentar o garimpo ilegal. Acampamentos, depósitos de suprimentos e equipamentos foram destruídos, interrompendo a logística que sustentava as operações criminosas.

No combate à exploração ilegal de recursos, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 21,6 kg de ouro, avaliados em mais de R$ 10 milhões. A apreensão ocorreu durante uma fiscalização na BR-174, em Rorainópolis, Roraima. O minério estava escondido na estrutura de uma caminhonete e seria transportado para fora da região. A operação também resultou na prisão de dois ocupantes do veículo, que foram encaminhados à Polícia Federal em Boa Vista. Além disso, a Polícia Federal apreendeu 7,8 quilos de ouro ilegal no aeroporto da capital roraimense, avaliados em cerca de R$ 3 milhões. No total, as operações realizadas ao longo do ano resultaram na apreensão de mais de 33 quilos de ouro.

Na fronteira com a Guiana, a Polícia Federal apreendeu 103 quilos de mercúrio, avaliados em R$ 309 mil, que seriam destinados ao processamento de minerais extraídos ilegalmente na TIY. Além dessa apreensão, outras operações resultaram na captura de mais 123 quilos de mercúrio, totalizando 226 quilos de mercúrio confiscados ao longo do ano.

Ações estratégicas cortaram o abastecimento do garimpo graças à destruição de mais de 80 mil litros de óleo diesel e à interdição de postos de combustíveis que forneciam suporte às atividades criminosas. Forças de segurança destruíram mais de 50 pistas de pouso clandestinas, 1.063 motores e mais de 120 toneladas de cassiterita, além de inutilizarem 26 aeronaves utilizadas para o transporte de equipamentos e insumos, desmantelando a infraestrutura que sustentava as operações criminosas no Território Yanomami.

No total, foram realizadas 19.365 abordagens, resultando em 2.516 autuações, 229 notificações emitidas e 159 prisões, atingindo diretamente as redes criminosas. As multas aplicadas somaram R$ 11,4 milhões, enfraquecendo financeiramente as operações ilegais. As ações também causaram um prejuízo acumulado de R$ 267 milhões ao garimpo ilegal, enfraquecendo significativamente a logística dessas atividades.

Avanços sociais

O Governo Federal consolidou a retirada de invasores e garantiu a entrega de assistência humanitária às comunidades Yanomami, com a distribuição de cestas de alimentos, medicamentos e itens de necessidade básica. Os rios Uraricoera e Mucajaí, antes contaminados pelo mercúrio, começaram a mostrar sinais claros de recuperação ambiental. Em resposta à pressão das operações, grupos de garimpeiros se renderam e abandonaram acampamentos ilegais na região, sinalizando o sucesso das estratégias de desintrusão.

Ao final de 2024, a área de influência do garimpo ilegal foi reduzida para 91,11%, superando os 73% registrados no início do semestre. Esse avanço reflete o impacto contínuo das ações de combate, que trouxeram resultados expressivos na recuperação do Território Yanomami e no enfraquecimento das redes criminosas.

O diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, destacou a importância das operações: “Não se trata apenas de combater o garimpo ilegal, mas de assegurar que os Yanomami tenham o direito de viver em paz em suas terras ancestrais, livres de ameaças”.

Com o território novamente seguro, as comunidades Yanomami estão retomando suas roças e práticas tradicionais, essenciais para sua autonomia alimentar e cultural.

O balanço de 2024 reafirma o compromisso do Governo Federal com a preservação ambiental, os direitos indígenas e a sustentabilidade, renovando as perspectivas de um futuro digno e seguro para a Terra Indígena Yanomami.

FONTE: Casa de Governo realizou mais de 3.400 operações na Terra Indígena Yanomami — Agência Gov

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