Neste trimestre, a Amigos da Terra – Amazônia Brasileira (AdT) esteve nas cidades de Cali, na Colômbia, e em Baku, no Azerbaijão, participando da COP16 de Biodiversidade, de 21 de outubro a 1º de novembro, e da COP29, de 11 a 22 de novembro, respectivamente.
“A convite da Comissão Europeia fomos para COP da Biodiversidade para apresentar o projeto de rastreabilidade individual no Pará. Foi uma interessante oportunidade para ouvir exemplos de outros países e apresentar desafios da rastreabilidade na cadeia da carne brasileira. O projeto de rastreabilidade individual vem como um suporte ao Programa do estado do Pará e como um modelo para cumprir com as diretrizes europeias (EUDR)”, contou Pedro Burnier, diretor do Programa de Cadeias Agropecuárias da AdT.
Em Baku, representando a AdT, Burnier participou em três oportunidades, apresentando a importância das adoções de práticas sustentáveis na pecuária, das tecnologias para rastreabilidade, do desmatamento e da crescente preocupação por produtos com menor impacto ambiental pelos consumidores brasileiros.
Em um painel, Burnier reforçou, por exemplo, o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) como um forte instrumento para coibir desmatamento na pecuária e como estudos no Brasil e na China demonstram que consumidores estão cada vez mais preocupados em consumir uma carne de baixo carbono, trazendo o Siga o Rastro, como uma plataforma relevante para levar informações para que o consumidor faça uma compra responsável.
Em um segundo painel (side event oficial), a AdT esteve ao lado de outras ONGs do Brasil e do exterior, de representantes da Universidade de Wisconsin e Raoni Rajão, como representante do Ministério do Meio Ambiente (MMA), para tratar da oportunidade de alavancar uma NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) melhorada para apoiar a floresta e a agricultura no Brasil.
“Nosso pronunciamento trouxe o fato de que o controle da mudança de uso do solo (desmatamento) seria o principal meio de auxiliar o Brasil em atingir os compromissos com as NDCS. Comentamos sobre a importância de acelerar a implementação do Plano ABC+, em especial protocolos de Carne Carbono Neutro, Carne Baixo Carbono, além de programas para conversão de pastagem degradas”, detalhou.
Por fim, Burnier conversou com entidades africanas, principalmente, de Gana e Nigéria sobre os impactos da legislação europeia para estes países. “A organização apresentou alguns exemplos do desafio da rastreabilidade das cadeias de carne/couro, soja e café no Brasil para o cumprimento da EUDR. Por outro lado, recebemos informações sobre o impacto da lei na cadeia do cacau na Gana, onde 60% da exportação se destina ao mercado europeu”, disse.
A participação nos dois importantes eventos internacionais da agenda de sustentabilidade reitera o compromisso da organização para a conservação do meio ambiente e a construção de um futuro sustentável.
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