Repercuto mais um artigo de meu caro Amigo, Irmão e Mestre Coronel de Engenharia Higino Veiga Macedo.

O Canoeiro Hiram Reis e Silva

 Bola de Ouro 2024
(Higino Veiga Macedo)

Na última segunda-feira dia 28 de outubro uma composição de jornal, revista e a Federação Europeia de Futebol – revista France Football, em parceria com a Uefa e o jornal L’Équipe elegeram e entregaram prêmios aos considerados os melhores. Foi a “Bola de Ouro” na temporada 2023-24 cerimônia a partir das 16h00 (de Brasília), em Paris.

O mundo futebolístico está em polvorosa. A lógica já elegera o melhor jogador: o brasileiro Vinícius José Paixão de Oliveira Júnior no registro de nascimento, ou Vinicius Junior no Brasil, ou, no time do Real Madrid – Vini Jr.

Mas… porém… todavia… sempre algo adversativo, foi escolhido um espanhol de nome Rodri Hernández ou Rodri no Manchester City.

E há tentativas de encontrar explicações sobre o rebaixamento de Vini Jr. para segundo.

Gostei do argumento do jornalista brasileiro que tem um canal no Youtube – Tiago Leifert:

Grande número dos jornalistas europeus não gosta de Vini Jr. por dois motivos e esses motivos o levarão a nunca ganhar o prêmio, pois sempre será segundo, terceiro… 

Primeiro motivo: o Vini Jr. enfrentou o “racismo cultural” da Espanha. Podem até, hipocritamente, elogiá-lo [os jornalistas politicamente corretos] pela atitude. Entretanto, qualquer sul-americano “por alla” é “crioulo sul-americano” não importa se de origem espanhola e ou portuguesa. E como dito pelo jovem: “E o roteiro sempre termina com um pedido de desculpa. Ou um ‘fui mal interpretado’. Mas repito para você, racista: eu não vou parar de bailar”. Vinicius Junior se pronuncia: “Aceitem, respeitem ou surtem. Eu não vou parar de bailar” | futebol espanhol | ge 

O segundo motivo e esse é o que me irrita muito: “O Vini Jr. tem dificuldade de jogar coletivamente”. E isso defendido por inúmeros jornalistas brasileiros. Aliás, jornalistas que nunca entraram em campo, dão aulas de técnicas e táticas a jogadores e treinadores. Alegam que o esporte tem como prevalência o COLETIVO. Tem prevalência o arquiteto das jogadas coletivas sobre os que apenas finalizam no gol ou defendem. O ARQUITETO, além das qualidades atléticas, tem que ser inteligente, coletivo e preciso. Assim, o Vini Jr. não se destaca como um jogador coletivo.  E muito menos como arquiteto. É apenas um bom ou muito bom SOLISTA. Joga sozinho. Aqui pra nós brasileiros – um DRIBLADOR. 

Portanto, para tais jornalistas, em particular os europeus, há uma grande diferença em campo entre o arquiteto X solista. Eis o argumento que não foi mais o desgastado “fui mal interpretado”. A revanche veio a cavalo no arquiteto X solista.

O irritante, em particular com jornalistas brasileiros, é a submissão ao modelo europeu de futebol. Impressionante o número de treinadores estrangeiros no Brasil!!! Será que ex-jogadores, portanto profissionais, desaprenderam jogar futebol!?. Será que a aquele futebol mecânico dos anos sessenta e setenta, e agora, robotizados pelas repetidas movimentações de bola, é o que há de “moderno”!? Pelo que assisti, do alto dos meus setenta e sete anos, os europeus eram motivo de riso ao não terem “jogo de cintura”, palavra irônica da época. Bastava balançar o corpo para desmontar a estrutura rígida de defesa dos europeus.

O gênio GUARDIOLA, admirador do então Futebol Brasileiro com dribles desconcertantes, domínio de bola como malabaristas, precisão de chutes como se usassem a mão, passou a treinar isso em suas equipes. Tinha até nome: “Toco y me voy”. Exigia arte, velocidade e oferecia grande posse de bola numa esperança de falha do adversário. Na verdade era o que se fazia e de onde foi copiado – Futsal.

Guardiola hoje está superado. Agora voltou a truculência física, com correria intensa. É de se reconhecer a posse da bola, mas sempre com jogadas de segurança: “para trás”. Novidade? Nunca!!! Sempre se fez isso quando se queria deixar o tempo passar e garantir o resultado. No Brasil tinha o nome de “COZINHAR O GALO”.

Quantos jogadores, excelentes dribladores no Brasil, se acabaram na Europa: Juninho Paulista, Careca, Robinho, Pato, Ganso, Paquetá… Antes, até o Zico. Como? Aumentaram a massa muscular para aguentar o impacto da “massa dos zagueiros”. Na física: impacto = massa x velocidade. Assim, todos passaram a ter mobilidade de “dromedário” e velocidade de “elefante”. Desaprenderam a driblar. Juninho Paulista conseguiu romper os tendões dos dois joelhos: massa corporal maior que a genética dos tendões.

A truculência física se vê em qualquer jogo, até o dito feminino. O que tem a bola é atropelado, empurrado, seguro… e os “especialistas de tv” chamam isso de intensidade. Quando encontram um menino como Vini, Endrick, Estêvão ainda com massa muscular da genética, que conseguem driblar correndo, matam qualquer troglodita europeu que se jogue na frente do atacante, num “rabo de arraia” diria um capoeirista. Pena que todos virarão trogloditas como Robinho, Ganso, Paquetá…

O tamanho do desprestigio do futebol arte mereceria que os “bailadores” devolvessem o brinde à Revista.

Ser atleta SOLO é ser um artista que usa os pés cobertos numa atividade que há que se “equilibrar”, correr, conduzir a bola com velocidade. Diferente de vôlei e basquete que usam mão e braço, os membros mais aptos para uso. Para comparar, vôlei e basquete deveriam ser jogados com luvas e plantando bananeira.

Portanto, penso que Vini Jr. se se mantiver como brasileiro, como até agora, jamais será premiado. Vini: fique com as “bola de meia” que são mais artísticas. Adeus a BOLA DE OURO ou, na submissão cultural – “Ballon d’Or”.

Hiram Reis e Silva, Bagé, 13.11.2024 – um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.

– Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;  

  • Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989);
  • Ex-Vice-Presidente da Federação de Canoagem de Mato Grosso do Sul;
  • Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
  • Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
  • Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
  • Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS);
  • Ex-Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
  • Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
  • Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
  • Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO);
  • Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
  • Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS);
  • Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG);
  • Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN);
  • Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós (IHGTAP)
  • E-mail: [email protected].