Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil indica que cota tem descido cerca de 12 cm por dia

Foto: Carlos da Mata – Imagem postada em: SGB

Manaus (AM) – O processo de descida segue no Rio Negro em Manaus (AM) e, nesta terça-feira (8), foi observada a marca de 12,17 m no Porto, conforme indica o 42º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Essa cota é a menor  desde o início do monitoramento em 1902, ou seja, em 122 anos, e deve continuar alcançar patamares ainda menores, conforme as projeções.

“Já observamos o início das chuvas em algumas parte da bacia, como próximo em Tabatinga (AM), mas o volume não é suficiente para o nível dos rios começar a subir de forma consistente”, explica o coordenador nacional dos Sistemas de Alerta Hidrológico, Artur Matos. O pesquisador completa que tem sido observada a diminuição da taxa de descida do Rio Negro. “Em Manaus, estávamos com valores de 25 cm por dia e hoje foi observada redução de 12 cm por dia. A tendência é que a taxa diminua, mas o nível ainda deve continuar reduzindo nas próximas semanas”.

No Rio Solimões, que influencia o comportamento do Rio Negro em Manaus, a recessão continua. Na estação de Tabatinga (AM), o rio tem descido uma média de 8 cm por dia. Fonte Boa (AM) e Itapéua (AM) são registradas descidas de 2 cm diários. As estações registraram mínima histórica de 7,19 m e -29 cm, respectivamente. Em Manacapuru (AM), o rio segue declinando cerca de 7 cm por dia e o último dado observado indica a mínima histórica de 2,13 m.

O Rio Amazonas também registrou nesta semana mínimas históricas em Careiro da Várzea (AM) e Itacoatiara, que chegaram a 8 cm; em Parintins (AM), que chegou a -2,42 m; e em Almeirim (AM), onde foi observado o recorde de 1,74 m.

Em Porto Velho (AC), o Rio Madeira está na marca de 35 cm. A cota está 10 cm acima da mínima registrada no mês passado: 25 cm. O Rio Acre na cidade de Rio Branco (AC) apresentou estabilidade nos processos de descida, apesar disso, os níveis ainda estão baixos para o período. A cota é de 1,29 m.

Na Bacia do Rio Branco, os níveis estão dentro da faixa da normalidade.

O valor da cota abaixo de zero não significa a ausência de água no leito do rio. Esses níveis são definidos com base em medições históricas e considerações locais, sendo que, mesmo quando o rio registra valores negativos, em alguns casos ainda há uma profundidade significativa.

Apoio aos municípios 

Além dos Sistemas de Alerta Hidrológico, o SGB disponibiliza aos gestores públicos o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS). Esse é o principal repositório de dados de poços no Brasil, que pode ser usado para identificar fontes de abastecimento.  O SGB também realiza o mapeamento de áreas de risco geológico, identificando e caracterizando porções do território municipal sujeitas a perdas e danos por eventos de natureza geológica. Esse trabalho é uma importante ferramenta para a tomada de decisões sobre redução de riscos, prevenção de desastres e ordenamento territorial.

Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas.

As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.

Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Rio Negro tem mínima histórica e segue em processo de descida em Manaus (AM) – SGB