Instituição científica mais antiga da Amazônia celebra a data com entrada gratuita, lançamento de livros, homenagens a servidores, feira cultural, roda de dança e um mergulho pela história do Museu Goeldi. Os festejos do 158º aniversário começam desde o dia 5 no seu Parque Zoobotânico.

Agência Museu Goeldi – Uma das instituições científicas mais antigas do Brasil, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) completa 158 anos de fundação no dia 6 de outubro. Popular, a instituição sesquicentenária comemora a data junto ao público, apresentando seus estudos, contando sua história, expondo a cultura material indígena contemporânea e convidando para vivenciar a natureza através da dança.

A programação, especialmente preparada para este fim de semana, dias 5 e 6 de outubro, tem o Parque Zoobotânico, base mais antiga e conhecida do Goeldi, como ponto de encontro aos que desejam se juntar nesta celebração.

Programação – No sábado (05), haverá Feira Científico-Cultural com exposição e venda de artesanatos indígenas e lançamento de livros editados pelo Museu Goeldi, além de conversas com os autores.

Conheça abaixo a lista de livros em destaque.  Clique nos títulos para saber mais sobre a obras:

      1. Crônicas de uma comunidade amazônica: oito décadas de pesquisa e envolvimento em Gurupá, Pará”, de autoria de Helena Lima e Richard Pace;
      2. Atlas do Estuário Amazônico”, de Ronaldo BarthemEduardo Venticinque e Michael Goulding;
      3. Encontros: Amazônia ontem e hoje”, de Karin M. Naase e Mark Munzel;
      4. Coletânea de Experiências em Tecnologia Social na Amazônia”, de autoria de Benedita BarrosCássia YamanakaDávila CorreaDenise MachadoDiana RodriguesEstefani FujitaFelipe Addor e Regina Oliveira da Silva.

No domingo (06), dia de aniversário do Museu Goeldi, e também de eleições municipais, a entrada no Parque Zoobotânico será gratuita. Durante a manhã, às 9h, haverá Roda de Dança Circular, prática com forte conexão em tradições culturais e espirituais, organizada pelo grupo Ocara.

Em paralelo à roda de dança, os visitantes serão convidados a descobrir mais sobre a história do MPEG por meio de fotografias antigas vistas. Um ator, trajando roupas à moda antiga, convidará os visitantes que estiverem no Parque para este momento, realizado no Centro de Exposições Eduardo Galvão, onde estão em exibição as exposições Diversidades Amazônicas e Fóssil Vivo.

Na segunda-feira (07) a programação será interna, no Auditório Paulo Cavalcante, onde haverá homenagens aos servidores aposentados mas que continuam em atividade como voluntários da instituição e também aos servidores na ativa com longo tempo de atuação.

Um pouco de história faz bem pra memória – Fundado em 1866 como Museu Paraense de História Natural e Etnographia, tendo como primeiro diretor o naturalista brasileiro Domingos Soares Ferreira Penna, o Museu Goeldi nasceu com a missão de promover o conhecimento científico sobre a fauna, flora e povos amazônicos.

Em 1894, após a chegada do naturalista suíço Emílio Goeldi, que dirigiu a instituição até 1907, o Museu Paraense passou por uma ampla transformação, organizando novo setores e coleções, ganhando projeção internacional.

A figura de Emílio Goeldi é central para a história da instituição e para o desenvolvimento da produção de ciência na Amazônia. Em sua gestão, Goeldi implementou métodos científicos rigorosos e estabeleceu uma rede de colaboradores que incluía tanto pesquisadores brasileiros quanto estrangeiros.

Entre as grandes contribuições do naturalista, destaca-se a criação de coleções sistematizadas de animais, plantas e artefatos culturais da Amazônia, muitas das quais são mantidas até hoje. A coleção zoológica do Museu Goeldi, por exemplo, é uma das mais importantes da América Latina, reunindo mais de 4 milhões de espécimes. Além disso, ele estimulou a produção de obras científicas que documentaram pela primeira vez diversas espécies de fauna e flora da região, organizou a Biblioteca adquirindo uma coleção importante de obras e investiu na organização do Parque Zoobotânico, mobilizando o interesse da população em conhecer a natureza amazônica e os avanços da Ciência, tornando a ida ao Museu Paraense um hábito compartilhado por gerações e gerações de moradores e visitantes.

Goeldi também foi pioneiro na preservação dos conhecimentos indígenas e das populações tradicionais da Amazônia. Ele reconheceu a importância de documentar as línguas, costumes e práticas culturais dos povos indígenas da região, tendo sido essa perspectiva cultural e antropológica incorporada às atividades da instituição.

Bases – Hoje a instituição possui três bases físicas. Em Belém, mantém o Parque Zoobotânico, no coração da cidade, e um Campus de Pesquisa, na periferia. Já na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Arquipélago do Marajó, possui um campus avançado, a Estação Científica Ferreira Penna.

Parque Zoobotânico – Fundado em 1895, sendo o mais antigo do Brasil no seu gênero. Além de abrigar uma significativa mostra da fauna e flora amazônicas, o Parque é o principal local das atividades educativas da instituição, funcionando como um laboratório para aulas práticas. A média de visitação anual do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi é de 300 mil pessoas, incluindo dezenas de escolas e centros comunitários.

O Zoobotânico também é um abrigo de animais encaminhados pelos órgãos ambientais para se recuperarem, após serem vítimas de maus tratos, caça, comércio ilegal e do desmatamento.

Além da natureza viva e exuberante, o trajeto pelo Parque Zoobotânico do Museu Goeldi disponibiliza ao visitante o Aquário Jacques Huber, o aquário público mais antigo do Brasil, e o Centro de Exposições Eduardo Galvão. Atualmente as exposições em cartaz são Diversidades Amazônicas, Baleia à Vista e Fóssil Vivo, que utiliza a Realidade Virtual e Aumentada para apresentar animais extintos da época que a Amazônia era mar.

Com uma área de 5,4 hectares, situado no centro de Belém, no Parque Zoobotânico estão instalados a Diretoria do Museu Goeldi, as coordenações de Comunicação e Extensão, Administração e Museologia, os serviços do Parque Zoobotânico e Comunicação Social, além do Núcleo Editorial de Livros.

Campus de Pesquisa – Adquirido em 1978, a área do Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi abriga as coordenações de Pesquisa e Planejamento, laboratórios, 17 coleções científicas das áreas de botânica, zoologia, arqueologia, etnografia, linguística, paleontologia, minerais e rochas.

Também funcionam no Campus a Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna, o Arquivo Guilherme de La Penha, o Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NITT) e os cursos de Pós-Graduação, que garantem a formação de recursos humanos de alto nível na região amazônica. A Prefeitura do Campus é responsável pela administração do espaço.

A instalação do Campus do Museu Goeldi no bairro da Terra Firme propiciou que a instituição desenvolvesse ações diversas de educação com os centros comunitários do entorno, parceria que se mantém há mais de três décadas.

Estação Científica Ferreira Penna – A Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn) é uma base de pesquisas científicas do Museu Paraense Emílio Goeldi e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Implantada em 1993 na Floresta Nacional de Caxiuanã, no município de Melgaço, no Pará, conta com área urbanizada de 6 mil m² e área construída de 3 mil m². A Estação Científica tem por objetivo apoiar estudos sobre a sociobiodiversidade da Amazônia, além de atividades de educação em ciências e educação ambiental.

Na Estação, são realizados cursos de campo para alunos de graduação e pós-graduação, treinamentos de extensão rural para moradores de Caxiuanã e visitas orientadas. Como não existe linha regular de transporte para a Floresta Nacional de Caxiuanã, a Estação Científica possui um barco para transporte das equipes de pesquisa. Para facilitar a logística, o Museu Goeldi construiu uma casa na cidade de Breves (PA) com um trapiche onde o barco e demais embarcações aportam.

Programação completa: MUSEU GOELDI

Texto: Marcelo Dias / Edição: Joice Santos – Patrimônio amazônico, Museu Goeldi celebra 158 anos — Museu Paraense Emílio Goeldi (www.gov.br)