BELÉM (PA) – O Estado do Pará registrou aumento na degradação de suas florestas, concentrando 57% das áreas de floresta degradadas na Amazônia, em setembro de 2024, conforme dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O levantamento revela um crescimento alarmante: a degradação no Pará saltou de 196 km², em setembro de 2023, para 11.558 km² no mesmo período deste ano – um aumento de quase 60 vezes. 

Área degradada na Amazônia (Imazon) – Postada em: Revista Cenarium

Entre os dez municípios que mais degradaram florestas na Amazônia, sete estão no Pará. Os maiores destaques negativos incluem São Félix do Xingu, que, sozinho, foi responsável por 3.966 km² de áreas degradadas, Ourilândia do Norte (1.547 km²) e Novo Progresso (1.301 km²).

Esses números colocam o Pará à frente de Estados que, historicamente, apresentam altos índices de degradação, como Mato Grosso, que representou 25% das áreas degradadas em setembro, Rondônia com 10% e Amazonas com 7%.

Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, explicou à CENARIUM que o panorama é particularmente preocupante devido ao período seco em que setembro se encontra. “Este mês geralmente apresenta maiores números de degradação, pois a baixa umidade do ar facilita a propagação de incêndios florestais”, disse Amorim.

Ela destacou que o Pará vinha mantendo uma posição mais controlada em relação ao desmatamento nos últimos meses, ficando atrás de Mato Grosso e Amazonas. No entanto, em agosto e setembro, o Estado surpreendeu ao registrar os maiores índices de degradação e desmatamento na região.

A pesquisadora ressaltou que, com o cenário atual, os próximos meses serão cruciais para observar se o Pará continuará liderando o índice de degradação na Amazônia.

Alta em Rondônia

Outro Estado que merece destaque é Rondônia, onde a degradação passou de 50 km² em setembro de 2023 para 1.907 km² no mesmo mês de 2024, um aumento de 38 vezes. A situação reforça um cenário preocupante para a Amazônia, com diversos Estados apresentando altas consideráveis de áreas degradadas.

Desafios

Para Amorim, o aumento das queimadas e da exploração madeireira intensifica os impactos ambientais e sociais na região. “É urgente que os órgãos de fiscalização intensifiquem as ações, tanto para conter as queimadas como para mitigar os danos causados”, afirmou.

Medidas de fiscalização, segundo ela, são indispensáveis para tentar frear o avanço da degradação e permitir que as florestas tenham uma chance de recuperação.

Degradação e desmatamento

É importante distinguir degradação de desmatamento, frisou Larissa Amorim. A pesquisadora explicou que a degradação ocorre quando há danos causados por atividades como exploração madeireira ou queimadas, mas sem a remoção total da cobertura florestal.

Em contraste, o desmatamento implica o corte raso da floresta, removendo completamente a vegetação. A degradação, apesar de causar sérios prejuízos, permite que a floresta se recupere mais rapidamente, desde que as áreas afetadas não sofram alterações contínuas.

Por Fabyo Cruz – Editado por Jadson Lima – Ver gráfico e fotos na origem: Revista Cenarium

FONTE: Pará tem 57% áreas de floresta degradadas na Amazônia em setembro 

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