Iniciativa Amazônia+10 divulga resultado da chamada Expedições Científicas

Foram selecionados, preliminarmente, 20 projetos voltados à ampliação do conhecimento sobre a sociobiodiversidade amazônica, no valor aproximado de R$ 78,2 milhões. Prazo para recurso vai até 14 de outubro

A Iniciativa Amazônia+10 divulgou nesta sexta-feira (04/10) os resultados preliminares das propostas de pesquisa aprovadas no edital Expedições Científicas, lançado em novembro de 2023 pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foram selecionados 20 projetos ao todo – orçados em aproximadamente R$ 78,2 milhões –, que vão mobilizar 77 grupos de pesquisadores vinculados a 18 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) diferentes, além das agências estrangeiras UK Research and Innovation (UKRI), do Reino Unido, e Swiss National Science Foundation (SNSF), da Suíça.

“Estamos muito contentes com o êxito da chamada Expedições, tanto pela demanda altamente qualificada, quanto pela sua composição envolvendo parceiros nacionais e internacionais”, afirma a diretora de Cooperação Institucional, Internacional e Inovação do CNPq, Dalila Andrade Oliveira.

A chamada apoiará expedições científicas voltadas à ampliação do conhecimento sobre a sociobiodiversidade e a biodiversidade amazônicas. As propostas selecionadas estão alinhadas ao objetivo do edital de preencher duas lacunas importantes do conhecimento científico sobre a região, uma geográfica e outra taxonômica, além de expandir as pesquisas sobre a diversidade sociocultural dos povos e comunidades tradicionais da Amazônia. Considerando os 20 projetos, mais de 61 localidades pouco abordadas pela comunidade científica serão estudadas, entre elas terras indígenas, reservas de desenvolvimento sustentável e extrativistas e outras regiões de difícil acesso.

“A Amazônia ainda possui muitos segredos que a ciência precisa desvendar. Nesse edital apoiaremos projetos que trarão mais luz sobre essa biodiversidade e os tesouros ancestrais. Esperamos que, num futuro bem próximo, sejamos capazes de compreender melhor essa região fantástica e contribuir para a sua preservação e desenvolvimento socioeconômico de forma sustentável”, diz Marcel Botelho, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará (Fapespa).

Cada uma das propostas é liderada por pesquisadores de, pelo menos, duas FAPs ou agências estrangeiras, sendo um deles obrigatoriamente vinculado a instituições de ensino superior e/ou pesquisa com sede nos Estados da Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso). O edital também previa a inclusão na equipe de pesquisa de pelo menos um integrante do grupo denominado PIQCT (povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais).

“Estamos na reta final de um processo exitoso, resultado de esforços de articulação das fundações estaduais de amparo à pesquisa, das instituições de ensino e pesquisa, dos pesquisadores e de agências de fomento nacionais e internacionais. Os projetos aprovados vão  ampliar o conhecimento sobre a sociobiodiversidade amazônica, com a participação de cientistas locais, em parceria  com outros Estados e países”, comenta Márcia Perales, diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Os 20 projetos aprovados contarão com financiamento das agências de fomento (FAPs, CNPq, UKRI e SNSF) por um período de até 36 meses. Cada proposta foi avaliada por equipes de todos os Estados participantes da chamada – os nove da Amazônia Legal, além do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Paraná, São Paulo e Distrito Federal. Posteriormente, as propostas foram avaliadas por um painel científico formado por pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, que classificaram os projetos de acordo com o seu mérito científico. E, por último, as agências financiadoras reuniram-se no âmbito do Comitê Coordenador da Iniciativa Amazônia+10 para definir o financiamento de cada um dos projetos, na tentativa de maximizar o número de propostas aprovadas.

“Ficamos muito contentes por mais este passo da Iniciativa. Estamos caminhando em [direção à] diversificar os instrumentos de apoio à pesquisa em temas relevantes para a região. Queria parabenizar todas as instituições, nacionais e internacionais, envolvidas. Foi um trabalho complexo mas muito estimulante. Na sequência teremos outras iniciativas que sem dúvida contribuirão para fazer avançar a pesquisa sobre os temas da Amazônia e para fortalecer as instituições locais”, diz Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.

A chamada recebeu 191 propostas no total – 25% a mais que o número de projetos submetidos ao primeiro edital da iniciativa, em 2022 –, distribuídas por nove grandes áreas do conhecimento (ciências agrárias, biológicas, da saúde, exatas e da terra, humanas, sociais aplicadas, engenharias, linguística, letras e artes e outras).

“Este edital reflete o compromisso do Confap em fortalecer a pesquisa científica na região amazônica, incentivando ações colaborativas que contribuam para o desenvolvimento sustentável e a conservação do bioma. Acreditamos que as expedições resultantes desta iniciativa terão um impacto significativo, proporcionando novas descobertas e soluções inovadoras para os desafios que enfrentamos na Amazônia”, resume Odir Dellagostin, presidente do Confap.

O prazo final para interposição de recurso administrativo é 14 de outubro, mediante formulário eletrônico específico, disponível na Plataforma Integrada Carlos Chagas. Na sequência, a decisão e o resultado final serão publicados no Diário Oficial da União e nas páginas eletrônicas das FAPs participantes.

Confira a lista preliminar de propostas aprovadas no site do CNPq. Chamadas públicas – Portal CNPq 

FONTE: FAPESP – Iniciativa Amazônia+10 divulga resultado da chamada Expedições Científicas (fapesp.br)