Dois anos após a criação do Marco Global da Biodiversidade, a conferência agora busca financiamento e ações concretas.

A Colômbia é um dos países com maior biodiversidade do mundo e promove a COP16 como uma chance de ficar em ‘paz com a natureza’. Porém, a nação sul-americana também ocupa o primeiro lugar no ranking global de assassinatos de ativistas ambientais, com 79 mortos apenas em 2023. Foto: César Carrión/Presidência da Colômbia/PDM) -Imagem postada em:  InfoAmazonia

A “COP do povo”, a “COP da implementação” ou a “COP da paz com a natureza” — a próxima cúpula de biodiversidade das Nações Unidas, a COP16, já ganhou vários lemas. Mas, independentemente desses rótulos, governos, ambientalistas e empresas se reúnem na Colômbia este mês com o desafio de transformar essa retórica em ações concretas de proteção e restauração da natureza.

O que é a COP16?

A COP16 é a sigla para a 16ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas. A CDB é um tratado firmado em 1992 com o objetivo de coordenar os esforços globais para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade, além de promover o compartilhamento justo dos benefícios provenientes de recursos genéticos de animais e plantas. Ela conta com 193 países-membros, sendo que quatro membros da ONU ainda não aderiram: Andorra, Sudão do Sul, Estados Unidos e Vaticano.

Onde e quando será realizada a COP16?

A cidade colombiana de Cali será a sede da COP16, realizada entre os dias 21 de outubro e 1º de novembro. O anfitrião original, a Turquia, retirou sua oferta após os danos causados pelo terremoto que atingiu o país em fevereiro de 2023.

Quais são os objetivos da COP16?

A COP16 foca na implementação do acordo firmado na COP15, conferência realizada em dezembro de 2022. Os quatro objetivos de longo prazo e as 23 metas do Marco Global da Biodiversidade de Kunming-Montreal visam interromper e reverter a perda de biodiversidade global até 2030.

As principais metas incluem:

      • Proteger 30% das áreas terrestres e 30% dos oceanos até 2030;
      • Aumentar significativamente o financiamento para proteger e restaurar a natureza;
      • Reduzir o impacto de espécies invasoras;
      • Combater a poluição por agrotóxicos e plástico;
      • Promover o manejo sustentável da agricultura;
      • Incluir povos indígenas e comunidades tradicionais nas tomadas de decisões.

Os países participantes precisam enviar a atualização de suas Estratégias e Planos de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANBs) antes do início da COP16. Elas devem estar alinhadas com  as metas do Marco da Biodiversidade. Caso não consigam finalizá-las a tempo, poderão apresentar apenas suas metas nacionais.

Até o final de setembro, 24 países já haviam submetido suas estratégias e planos para a CDB. Outros 72 enviaram suas metas locais.

A reunião pretende identificar obstáculos e oportunidades dessas estratégias, além de discutir formas de monitorar e acompanhar seu progresso, estabelecendo indicadores específicos para medir seus resultados.

 Dialogue Earth 

ÍNTEGRA DISPONÍVEL EM: INFOAMAZONIA 

FONTE: InfoAmazonia – COP16: O que está em jogo na cúpula de biodiversidade da ONU? – InfoAmazonia