Após mínima histórica, Rio Negro apresenta elevações em Manaus (AM)

Cota chegou a 12,32 m nesta terça-feira (15), de acordo com dados do Serviço Geológico do Brasil

Foto: Carlos da Mata – Imagem postada em: SGB

Manaus (AM) – O Rio Negro registrou elevações em Manaus (AM) após chegar à cota mais baixa dos últimos 122 anos. De acordo com dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB), foi observada a marca de 12,32 m, nesta terça-feira (15), na estação do Porto. No sábado (12), o rio atingiu a mínima de 12,26 m, registrada pelo SGB. As análises sobre a situação também foram apresentadas no 43º Boletim Hidrológico da Bacia do Amazonas.

Apesar de favorável, a subida é parte do processo de vazante, conforme esclarece a pesquisadora do sgb Jussara Cury: “O Rio Negro está passando por uma diminuição dessa intensidade de descida, estabilidade e até pequenas elevações, mas ainda não é o final da estiagem. Precisamos de chuvas consistentes e distribuídas tanto na região de cabeceira quanto na parte central da bacia e na parte mais a jusante para a recuperação dos níveis”.

Comportamento similar foi observado em outras partes da Bacia do Amazonas, como na região do Rio Solimões. Em Tabatinga (AM), o rio apresentou estabilidade e voltou a subir alcançando a cota de 1,71 m, nesta terça-feira (15). Itapéua (AM) também registrou subida e está na marca de -21 cm. No entanto, alguns trechos tiveram novas mínimas após terem estabilizado. Em Fonte Boa (AM), o Solimões apresentou redução, chegando à mínima de 7,14 m. Na estação de Manacapuru (AM), a cidade mais próxima à Manaus, o rio chegou ao recorde de 2,07 m na segunda-feira (14).

O valor da cota abaixo de zero não significa a ausência de água no leito do rio. Esses níveis são definidos com base em medições históricas e considerações locais, sendo que, mesmo quando o rio registra valores negativos, em alguns casos ainda há uma profundidade significativa.

Bacia do Rio Madeira 

Em Porto Velho (RO), o Rio Madeira, que estava em processo de estabilidade desde o final de setembro, registrou uma nova mínima histórica: 19 cm. A marca foi observada na sexta-feira (11) e, após esse episódio, o rio voltou a subir e chegou a 54 m. Os dados são apresentados no novo boletim de monitoramento hidrológico da bacia, divulgado nesta terça-feira (14) pelo SGB.

Essa elevação se deve a chuvas que ocorreram na última semana, estimadas em 16 mm ao longo de toda Bacia do Rio Madeira, segundo dados do MERGE/INPE, e impactam o nível do Madeira. “Como resultado da chuva da semana passada, o rio aliviou um pouco a situação e apresentou essa subida, mas em tendência de estabilização. Diante das previsões de chuvas para as próximas semanas, podemos esperar que o rio volte a subir em degraus, ou seja, subirá um pouco e, em seguida, poderá estabilizar. Esse processo será mantido até que aos poucos saia dessa situação de seca extrema”, explica o pesquisador do SGB Marcus Suassuna. Os modelos de previsão indicam chuvas de 26 mm até a próxima semana e mais 35 mm na semana seguinte.

As análises indicam tendência de recuperação do Madeira a partir da segunda quinzena de outubro. Considerando os níveis dos anos mais críticos da histórica e a velocidade de recuperação nessas condições, é provável que o rio fique abaixo da cota dos 3 m até a primeira quinzena de novembro.

Apoio aos municípios 

Além dos Sistemas de Alerta Hidrológico, o SGB disponibiliza aos gestores públicos o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS). Esse é o principal repositório de dados de poços no Brasil, que pode ser usado para identificar fontes de abastecimento.  O SGB também realiza o mapeamento de áreas de risco geológico, identificando e caracterizando porções do território municipal sujeitas a perdas e danos por eventos de natureza geológica. Esse trabalho é uma importante ferramenta para a tomada de decisões sobre redução de riscos, prevenção de desastres e ordenamento territorial.

Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas. As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas na plataforma SACE.

Larissa Souza
Núcleo de Comunicação

Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Após mínima histórica, Rio Negro apresenta elevações em Manaus (AM) – SGB – VER GRÁFICO

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