Território Yanomami recebe o reforço de 129 profissionais

Foram contratados ginecologista, obstetra, pediatra, infectologista, sanitarista, entre outras especialidades

Foto: Carlos Vieira/AgSUS

O território indígena Yanomami recebeu o reforço de 129 profissionais para atuarem em Roraima. Os contratos de trabalho foram assinados, na segunda-feira (2), em Boa Vista, via parceria com a Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS).

Foram contratados profissionais das seguintes especialidades: ginecologista, obstetra, pediatra, infectologista, sanitarista, socorrista, supervisor de saúde ambiental, auxiliar de logística, assistente administrativo, cozinheiro, carpinteiro, bombeiro hidráulico, operador de motosserra, pedreiro, entre outros.

As contratações fazem parte de um Plano de Ação Emergencial no Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami. A medida é uma das respostas do Ministério da Saúde para a reestruturação da assistência Yanomami. Os trabalhadores foram selecionados entre 4,3 mil inscritos em um processo seletivo simplificado. Até o fim de setembro, serão contratados mais 200 profissionais.

AgSUS é um serviço social autônomo, regido pelo direito privado, não tem fins lucrativos, exercendo atividades de interesse público. Tem a finalidade de apoiar a execução de políticas formuladas pelo Ministério da Saúde. Seus programas e projetos são desenvolvidos por meio de contratos de gestão em âmbito regional ou nacional.

Fortalecimento da saúde Yanomami 

O povo Yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 390 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, foram implementadas diversas ações emergenciais para reestruturar a saúde indígena no local, que sofreu um desmonte entre 2019 e 2022.

O Ministério da Saúde notificou queda de 33% no número de mortes no povo Yanomami. No primeiro trimestre de 2024, foram 74 óbitos. No mesmo período de 2023, os registros alcançaram 111. Os dados preliminares indicam que houve queda nos números de mortes causadas por: desnutrição (-71%), infecções respiratórias agudas (-59%) e malária (-50%).

A pasta reabriu sete polos base. Com isso, 5,2 mil indígenas voltaram a ter acesso à assistência. Atualmente, todas as 37 unidades estão em funcionamento. O número de profissionais de saúde atuando no território Yanomami subiu 116%. Passou de 690, no início de 2023, para 1.497 agora.

Em 2024, houve aumento de 83,1% no número de exames realizados para diagnóstico da malária no Dsei Yanomami, comparando-se com o mesmo período do ano anterior. O volume de testes passou de 37,5 mil no primeiro trimestre, para 68,7 mil no mesmo período deste ano.

A imunização foi reforçada. As doses de rotina passaram de 8.048 mil nos três primeiros meses do ano passado, para 11.872 neste ano — alta de 47,5%. Já as doses aplicadas em campanha saltaram de 3.225, em 2023, para 6.636 neste ano. O resultado significa aumento de 105% no período.

Por fim, a pasta concluiu 1,5 mil ações de infraestrutura e saneamento no território Yanomami, incluindo a reestruturação de 10 unidades básicas de saúde indígena (UBSIs), 80 operações de limpeza e manutenção de pistas de pouso para garantir a acessibilidade e segurança nessas áreas críticas. Houve, ainda, a instalação de 35 estruturas de tecnologia da informação e comunicação. Entre elas, antenas e maletas T3SAT.

Otávio Augusto
Ministério da Saúde – Território Yanomami recebe o reforço de 129 profissionais — Ministério da Saúde (www.gov.br)