Nesta quinta-feira (5), data em que se comemora o Dia da Amazônia, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) destaca a importância do trabalho realizado na região
Brasília (DF) – As pesquisas e projetos realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) na região amazônica são essenciais para ampliar o conhecimento geológico do território e gerar dados que apoiem a conservação do meio ambiente e a gestão sustentável dos recursos naturais. Nesta quinta-feira (5), data em que se comemora o dia da maior floresta tropical do mundo, o SGB destaca os avanços gerados pelo trabalho desenvolvido por seu corpo técnico ao longo das últimas décadas.
“A Floresta Amazônica é uma das nossas maiores riquezas naturais, e o SGB está comprometido em conduzir ações que promovam o desenvolvimento sustentável da região, ajudando a melhorar a qualidade de vida das comunidades locais”, destaca o diretor-presidente do SGB, Inácio Melo. “Temos um amplo trabalho e conduzimos projetos em diversos municípios, que vão desde o monitoramento e análise da qualidade das águas, estudos para gestão territorial, mapeamentos de áreas de risco e pesquisas sobre recursos minerais. Nosso trabalho impacta diretamente a vida das pessoas”, completou.
A Amazônia Legal tem 5,1 milhões de km² – 60% do território nacional – e abrange os estados do Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. O SGB tem avançado com projetos para expandir o conhecimento geológico sobre o território, apoiando políticas públicas e empreendimentos que visem o uso sustentável dos recursos naturais e o desenvolvimento da região.
Entre os projetos estratégicos, estão: a Avaliação do Potencial de Potássio no Brasil, em áreas do Amazonas e do Pará; os mapas geológicos dos estados de Roraima, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão; o Projeto Agrominerais, no eixo Manaus – Boa Vista; e o projeto Potencial Mineral do Sudeste do Amazonas: Região do Rio Sucunduri, em andamento.
O SGB também desenvolveu o projeto “Terras Indígenas do Noroeste do Amazonas: Geologia, Geoquímica e Cadastramento Mineral na Região do Tunuí-Caparro”, que apresentou um panorama geológico e geoambiental da área. A comunidade indigena participou ativamente do projeto e acompanhou os resultados das etapas, com a apresentação das informações de campo coletadas e mapas preliminares, traduzidos na língua Baniwa.
As ações do SGB também contribuem para a promoção da saúde indígena. Estudos em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelaram dados sobre a presença de metais pesados em áreas específicas da Terra Indígena Yanomami, nos estados de Roraima e Amazonas. As pesquisas realizadas em 2022 e 2023 buscaram identificar principalmente contaminações por mercúrio, devido aos relatos de existência de garimpo de ouro na região.
Monitoramento dos rios da Amazônia
Na região amazônica está também parte da maior bacia hidrográfica do mundo: A Bacia do Rio Amazonas, que conta com estações operadas pelo SGB por meio da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Os dados gerados permitem avaliar a qualidade e disponibilidade dos recursos hídricos, além de apoiar o dimensionamento de estruturas hidráulicas (como barragens, dutos e canais) e a operação dos Sistemas de Alerta Hidrológico (SAH) das bacias dos rios Amazonas, Acre, Madeira, Branco e Xingu. A partir da operação dos SAHs, o SGB gera informações sobre os níveis dos rios e contribui para ações que reduzam os impactos das cheias e também da estiagem na região.
O SGB também realiza o monitoramento de rios da Amazônia por meio de satélites, em parceria com outras instituições nacionais e internacionais. O sensoriamento remoto aplicado à hidrologia contribui para ampliar o conhecimento, especialmente sobre áreas de difícil acesso. Dessa forma, fortalece a gestão das águas, além de otimizar previsões em caso de eventos extremos, como enchentes e seca.
Monitoramento dos aquíferos e cartografia hidrogeológica da Amazônia
Os principais aquíferos da região amazônica – como Alter do Chão, Parecis, Içá e Pirabas – são monitorados qualiquantitativamente (nível d’água e parâmetros hidroquímicos) por meio de poços tubulares pertencentes à Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas (Rimas). Os dados das séries temporais permitem ampliar o conhecimento sobre esses aquíferos e avaliar as tendências relacionadas às alterações climáticas e às atividades humanas.
O SGB também elabora mapas hidrogeológicos estaduais, que já atenderam o Acre, o Amapá e o Mato Grosso. Essas cartas são um importante apoio aos estudos dos recursos hídricos subterrâneos e contribuem decisivamente para a exploração, proteção e gestão desses recursos.
Gestão territorial e prevenção de desastres
Na região amazônica, o SGB também desenvolve importantes estudos, que apoiam a gestão territorial, o crescimento urbano seguro e a prevenção de desastres. Já foram entregues aos municípios dessa região produtos como: mapeamento de áreas de risco, Cartas Geotécnicas de Aptidão à Urbanização, Cartas de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e de Inundações e Cartas de Perigo.
Além disso, foram contemplados nove municípios do Amazonas e do Pará com estudos para definição de áreas destinadas a aterros sanitários. Esse é um importante trabalho, que contribui para a melhoria das condições sanitárias e ambientais das cidades, promovendo o bem-estar da população e auxiliando as prefeituras no atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prevê o fim dos lixões até 2024.
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Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Dia da Amazônia: pesquisas ampliam conhecimento sobre a região e contribuem para conservação e gestão dos recursos naturais – SGB