Pesquisa sobre fosfato no nordeste do Pará estimula o desenvolvimento socioeconômico da região

Informações geram ainda subsídios para políticas públicas, que beneficiam diretamente a população

Foto: Divulgação SGB

O Brasil importa mais de 85% de todo o fosfato necessário para atender a demanda interna de fertilizantes. Descobrir novos depósitos contribui diretamente com a economia do país, tanto no setor minerário quanto no setor agrícola. Diante desse cenário, os pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) estão em atividade de campo, atuando no projeto Avaliação do Fosfato no Brasil Fase IV – Área Nordeste do Pará.

O objetivo é entender os processos mineralizantes do depósito de Sapucaia, a primeira mina de fosfato secundário no país, e estudar as outras ocorrências de fosfato na região, para prospectar novos alvos. Entre os benefícios, destaca-se que a descoberta de novos depósitos de fosfato poderá diminuir os custos da produção agrícola, além de estimular o desenvolvimento socioeconômico da região, com a atração de investimentos que geram novos empregos e renda para a população.

As informações geram ainda subsídios para políticas públicas, que beneficiam diretamente os habitantes dos municípios contemplados pelos estudos.

Participam dessa fase a Superintendência Regional de Belém (SUREG-BE) e a Divisão de Projetos Especiais e Minerais Estratégicos (DIPEME), que coordena o Projeto Fosfato Brasil. A pesquisa na área do nordeste do Pará, iniciada em 2022, tem previsão para terminar em 2025.

Parcerias

O Projeto Prospecta IV, coordenado pelo professor Washington Santana (UEFS), é financiado pelo CNPq e consiste na cooperação entre o SGB e diversas universidades, com o objetivo de usar geotecnologias para alavancar a pesquisa de minerais críticos e estratégicos no Brasil. Uma das áreas de pesquisa desse projeto é o Depósito de Fosfato de Sapucaia. Nesse depósito também está sendo realizado um trabalho final de curso de graduação, a partir de uma parceria entre o SGB e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Veja também outros projetos do SGB, relacionados ao Projeto Fosfato Brasil:

Projeto Fosfato Brasil 

Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), em 2023, o Brasil importou 86% de fertilizantes necessários para a produção agrícola, em virtude da carência desses nutrientes no solo brasileiro e da baixa produção de fertilizantes, não conseguindo suprir a demanda interna. Com o intuito de ampliar as reservas nacionais, o Serviço Geológico do Brasil desenvolve, desde 2008, o Projeto Fosfato Brasil, que tem como objetivo principal a busca pelo conhecimento sobre as mineralizações de fosfato existentes e a delineação de novos alvos potenciais em todo o território nacional.

O projeto encontra-se na fase IV, cujas áreas pesquisadas atualmente estão localizadas nos estados de Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Pará e Santa Catarina.

Atualmente, foram identificadas ocorrências de fosforito associadas à Formação Ponta Grossa (MS) e diversas ocorrências de fosfato aluminoso em afloramentos distribuídos na região nordeste do Pará e noroeste do Maranhão. Novos afloramentos, com indícios de mineralização, na região de Pratápolis (MG) e na formação Inajá (PB), também foram encontrados em mapeamento geológico e estão em fase de análises.

Após a conclusão dos estudos, todos os resultados serão disponibilizados no site do SGB, sob a forma de um Informe de Recursos Minerais. Ao final deste ano, está previsto o lançamento da Avaliação do Potencial de Fosfato na Formação Ponta Grossa (Bacia do Paraná – PR e MS) e, possivelmente, da Formação Inajá (Bacia do Jatobá – PB).

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Serviço Geológico do Brasil
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