MANAUS (AM) – O Ministério da Saúde entregou 1.518 obras de infraestrutura no Território Yanomami de janeiro de 2023 a junho deste ano. Entre as principais medidas estão reforma de unidades básicas de saúde, instalação de sistemas de abastecimento de água e manutenção de pistas de pouso.
As intervenções seguiram as diretrizes da declaração de emergência em saúde pública no Território Yanomami, proclamada em janeiro de 2023 após denúncias sobre a situação crítica dos indígenas na região.
As ações incluíram reestruturação de 10 unidades básicas de saúde indígena (UBSI), 109 instalações e melhorias em sistemas de abastecimento de água, 22 implantações de sistemas fotovoltaicos, 80 operações de limpeza e manutenção de pistas de pouso, entre outros.
Com uma área de mais de 9 milhões de hectares, em um perímetro de 3.370 km, a Terra Indígena Yanomami está localizada na Amazônia Legal e ocupa parte dos estados de Roraima e Amazonas, na região Norte do Brasil, fazendo fronteira com a Venezuela.
Emergência em Saúde
A crise humanitária e de saúde no maior território indígena do país, com quase 10 milhões de hectares, foi decretada em 20 de janeiro de 2023 pelo governo federal para combater a desnutrição, malária e avanço do garimpo na região. À época o local era ocupado por cerca de 20 mil garimpeiros. A mineração ilegal na Terra Yanomami foi apontada, ainda, como principal causa de doenças e mortes entre indígenas.
A falta de cuidados de atenção básica também foi apontada como um dos fatores relacionados a baixa resistência imunológica da população Yanomami. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, apontam que em 2023, ao menos 308 indígenas da etnia morreram em decorrência de doenças tratáveis. Uma queda tímida de apenas 10%, se comparado aos 343 óbitos registrados em 2022.
Medidas insuficientes
Apesar dos esforços do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para frear a emergência em saúde pública na Terra Indígena Yanomami, o garimpo ilegal devastou 7% do território em 2023. Um ano após a decretação de emergência em saúde na região, indígenas que sobrevivem no território intensificaram críticas e cobraram medidas efetivas para solucionar o problema.
A área destruída pela mineração, de acordo com dados disponibilizados em janeiro deste ano, acumulava 5.432 hectares, como apontou uma nota técnica divulgada nessa sexta-feira, 26, pelo Instituto Socioambiental (ISA), Hutukara Associação Yanomami, Urihi Associação Yanomami, Associação Wanassedume Ye’kwana e Greenpeace
Da Cenarium*
(*) Com informações de Folha Press
Publicado por: Revista Cenarium – Saúde entrega mais de 1,5 mil obras em Território Yanomami (revistacenarium.com.br)
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