Melissa Wilm, coordenadora do IPS na Amazônia Brasileira, explica a relação e a métrica utilizada para a conclusão
Pesquisadores do Índice de Progresso Social (IPS) na Amazônia Brasileira divulgaram na última edição (2023) que áreas com maior desmatamento apresentaram piores indicadores sociais. Melissa Wilm, Coordenadora do Índice de Progresso Social Brasil 2024, e coautora do IPS Amazônia 2023 explica melhor como é feita essa métrica e o que explica esses resultados.
Zonas com maior desmatamento
A pesquisadora explica alguns motivos que fazem zonas de maior desmatamento desempenharem pior no IPS: “O desmatamento não traz benefícios para a população, mas pelo contrário, está relacionado com uma série de atividades criminosas como invasão de terras públicas, garimpo ilegal e até mesmo tráfico. Frequentemente o desmatamento também ocorre em áreas com pouca infraestrutura e baixos níveis de governança, o que impacta muito quando a gente olha para o aspecto de desenvolvimento social”.
Mas o fator que mais contribui para essa relação indireta entre desmatamento e piora na qualidade de vida é o impacto ambiental da atividade: “Em muitos casos, comunidades que dependem de recursos florestais para subsistência podem enfrentar perda de meio de vida sustentável devido ao desmatamento, levando a níveis mais altos de pobreza e menos oportunidades econômicas e de crescimento” argumenta Melissa.
“O desmatamento afeta a disponibilidade de recursos naturais essenciais, como água limpa, e contribuem diretamente para as condições de saúde da população. A economia que gira em torno do desmatamento gera um ciclo de degradação ambiental e baixo desenvolvimento” finaliza Melissa Wilm, coautora do IPS Amazônia 2023.
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FONTE: Jornal da USP – Regiões de maior desmatamento apresentam menor bem-estar da população – Jornal da USP