Este ano, o Navio de Assistência Hospitalar “Oswaldo Cruz” completou 40 anos de atividade
Desde a década de 80, militares da Marinha do Brasil (MB) levam atendimento médico aos ribeirinhos dos rincões da Amazônia, por meio dos Navios de Assistência Hospitalar (NAsH), chamados por essas populações de “Navios da Esperança”. E os números são expressivos. Somente neste ano, os NAsH já realizaram mais de 286 mil procedimentos de saúde e distribuíram mais de 925 mil medicamentos em 221 localidades.
As Ações de Assistência Hospitalar (ASSHOP) resultam de uma parceria entre a MB, que atua com seus meios – Navios de Assistência Hospitalar (NasH), helicópteros, tripulações e corpo médico, e o Ministério da Saúde, que contribui com os recursos financeiros destinados a remédios, combustíveis, manutenção dos meios envolvidos, além da reposição e melhoria de equipamentos e material permanente de saúde.
Atualmente, quatro NAsH atuam na área de jurisdição do Comando do 9º Distrito Naval, que garantem a proteção dos mais de 22 mil quilômetros de rios navegáveis da Amazônia Ocidental, abrangendo os estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima. São eles: NAsH “Oswaldo Cruz”, NAsH “Carlos Chagas”, NAsH “Dr. Montenegro” e NAsH “Soares de Meirelles”. E um NasH opera na área de jurisdição do Comando do 6° Distrito Naval, que abrange os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul: o NAsH “Tenente Maximiano”, que atua no Pantanal. Todas as embarcações ostentam nomes de personalidades importantes da medicina nacional e regional.
Entre os moradores das comunidades assistidas, o sentimento é de gratidão. Como reforça o ribeirinho Francis Souza, morador da comunidade Cristo Rei, na cidade de Manaus (AM). “Estou muito feliz pelo atendimento da Marinha. É gratuito e vem todos os anos. A gente precisa muito disso. Eu estou me sentindo contemplado por essa equipe médica, porque não tem como correr para um atendimento em um hospital. É muito difícil para a gente. É muito complicado. Infelizmente, é a nossa realidade. E o navio veio nos salvar”, afirmou.
Como explica o Comandante da Flotilha do Amazonas, Capitão de Mar e Guerra Sandir Antônio de Freitas D’Almeida, durante os atendimentos são oferecidas consultas médicas e odontológicas, além de exames clínicos e laboratoriais, cirurgias de pequeno porte, pré-natal, exames de mamografia e raio-x. Os militares também realizam ações socioeducativas e distribuem medicamentos. “São conduzidas também campanhas de medicina preventiva, com ênfase em imunizações, identificação e controle de patologias endêmicas e transmissíveis. Os NAsH podem atuar ainda em campanhas humanitárias, de forma singular ou em parceria com órgãos, ou instituições públicas, ou privadas. Por muitas vezes, esses navios são a única oportunidade das comunidades localizadas nos mais remotos cantos de nossa rica Amazônia terem acesso ao serviço de saúde básica. São meios que a MB emprega para cuidar da nossa gente”.
NAsH “Oswaldo Cruz” completou 40 anos de atividade
Com mais de 5 mil dias de mar navegados, o NasH “Oswaldo Cruz” completou 40 anos de serviço ativo pela MB em 29 de maio. Somente neste ano, já foram realizados no navio mais de 60 mil procedimentos. O navio possui uma farmácia, dois ambulatórios, consultório odontológico, laboratório (onde se realizam hemogramas completos, exames bioquímicos, urinálise, B-HCG e testes rápidos para identificação de Sífilis, HIV, Hepatite B e C, malária e dengue), sala de radiografia (que possibilita a realização de exames de raio-x de face, tórax, abdômen, membros superiores e inferiores), centro cirúrgico (que permite cirurgias de pequeno porte como sutura, curativos, entre outros), e duas enfermarias com capacidade para atender nove pacientes.
“O NAsH ‘Oswaldo Cruz’ tem capacidade para realizar por dia entre 90 a 100 atendimentos médicos, entre 15 a 20 odontológicos, e entre 10 a 15 ambulatoriais. A missão do navio é, também, implantar uma mentalidade de saúde e cuidados de higiene, além da vigilância epidemiológica, combate a endemias e eventuais atendimentos a emergências”, afirmou o Comandante do navio, Capitão de Corveta Alexandre Dantas.
A ribeirinha Dariane Silva, de 16 anos, moradora da comunidade Maria Tereza, no Pará, reforçou a importância do atendimento oferecido pelo navio. “A gente consegue consultar com médicos sem precisar ficar se deslocando para outras comunidades, principalmente para mim que estou grávida. Porque aqui na nossa comunidade não há local fixo para atendimento. Então, muitas vezes temos que ir para outra localidade ou município. Aí se torna muito importante a presença do navio, porque a gente consegue atendimento aqui em nossa comunidade, em vez de estar se deslocando para outros lugares”, concluiu.
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Fonte: Agência Marinha de Notícias – “Navios da Esperança” levam assistência médica a localidades de difícil acesso | Agência Marinha de Notícias