3º Alerta de Cheias do Amazonas, realizado pelo Serviço Geológico do Brasil, visa fornecer previsões atualizadas sobre níveis dos rios e condições climáticas

Orla de Manaus. Foto: Divulgação/SGB

Manaus (AM) – O 3º Alerta de Cheias do Amazonas, realizado nesta quinta-feira (6), pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), segue mostrando que os rios Negro, Solimões e Amazonas continuam com baixa probabilidade de enfrentar cheias severas neste ano.

O evento visa fornecer previsões atualizadas sobre os níveis dos rios e condições climáticas, além de apoiar o planejamento de ações para o período. As previsões, feitas com antecedência de 15 dias para o pico da cheia, contemplam os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas. O evento ocorreu na Superintendência do SGB de Manaus (SUREG-MA).

A chefe do Departamento de Hidrologia do SGB, Andrea Germano, ressaltou a importância da realização do evento na Semana Mundial do Meio Ambiente, que chama atenção para as consequências das mudanças climáticas. “Hoje, estamos anunciando uma cheia ordinária, em 2024, para os municípios do SAH do Amazonas, mas já estamos de olho na vazante e há preocupação futura com baixos níveis nos rios da Amazônia. O monitoramento de chuvas, níveis e vazões, realizado pelo SGB, é muito importante para minimização dos eventos críticos”, enfatizou.

Germano também destacou a relevância das parcerias para estudos como o realizado com a Marinha sobre o Canal do Tabocal, subsidiando decisões para a operação da hidrovia Solimões-Amazonas.

Já o superintendente Regional do SGB de Manaus (SUREG-MA), Marcelo Motta, também informou que, em relação às cotas máximas, não se espera uma cota de enchente severa, mas que é preciso ser responsável ao falar sobre a vazante. “Nossos pesquisadores podem mostrar cenários diferentes. Se a natureza colaborar, pode haver uma mudança, e não enfrentaremos uma seca tão severa como a que imaginamos”, explicou.

Motta acrescentou: “em conjunto com nossos parceiros, estamos empenhados para disponibilizar essas informações à sociedade, para que as defesas civis, municipal e estadual, possam tomar as medidas necessárias para minimizar os impactos. Sabemos que as empresas que operam no Distrito Industrial de Manaus e aquelas que trazem insumos para a Zona Franca também compartilham dessa preocupação”.

Para a pesquisadora em geociências do SGB Jussara Cury, considerando o modelo de previsão, há uma baixa probabilidade da cheia de 2024 ser de grande magnitude. “Em Manaus, a terceira previsão confirmou a tendência da cota máxima deste ano ficar abaixo da cota de inundação. Em Manacapuru pode ficar próximo da cota de inundação. Em relação a Itacoatiara e Parintins, no baixo Amazonas, o intervalo de previsão ficou abaixo da faixa que representa normalidade para a época e é muito baixa a probabilidade de superar a cota de inundação”, destacou.

Para Manaus, a previsão é que o Rio Negro atinja um valor de aproximadamente 26,88 m, com um intervalo provável variando entre 26,63 e 27,38 m (considerando 95% de intervalo de confiança). Segundo o modelo utilizado, a probabilidade de que o rio venha a atingir a cota de inundação (27,50 m) é de 52%. É muito baixa a probabilidade de que a cota de inundação severa (29 m) e a cota máxima (30,02 m) sejam atingidas.

Já em Manacapuru (AM), o Rio Solimões deve ficar na marca de 17,79 m, com possibilidade de variar a até 18,22 m. Conforme o modelo utilizado, a probabilidade de que o rio alcance a cota de inundação (18,20 m) é de 85%, e a de inundação severa (19,60 m) é próxima de zero.

O alerta de cheias é uma atividade realizada pelo SGB em parceria com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), responsáveis pelas previsões climáticas. Paralelamente, as defesas civis estadual e municipais formulam estratégias preventivas.

Níveis bem abaixo da média no Rio Amazonas

Para Itacoatiara, a previsão é que o Rio Amazonas atinja aproximadamente 12,40 m, com um intervalo provável variando entre 12,30 m e 12,64 m. De acordo com a previsão, é muito baixa a probabilidade de atingir a cota de inundação (14 m) e a cota de inundação severa (14,20 m).

Em Parintins, o Amazonas deve atingir 7,17 m, com possibilidade de alcançar a máxima de 7,29 m. O alerta aponta ainda que a probabilidade de superar a inundação (8,43 m) também é muito baixa e, menor ainda, de superar inundação severa (9,3 m) e a máxima (9,47 m).

Alerta de Cheias do Amazonas

O Alerta de Cheias do Amazonas apresenta previsões geradas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) a partir do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Amazonas (SAH Amazonas), em operação desde 1989. É parte de um sistema nacional que atualmente possui 18 sistemas que atendem a 84 municípios.

No Alerta Amazonas, são divulgadas as previsões de cotas máximas a serem atingidas nos municípios de Manaus (Rio Negro), Manacapuru (Rio Solimões), Itacoatiara e Parintins (Rio Amazonas). As informações são divulgadas em três etapas, com antecedência de 75, 45 e 15 dias para o pico das cheias, que ocorrem em meados de junho, nesses municípios.

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Rios do Amazonas seguem com baixa probabilidade de cheias severas em 2024 (sgb.gov.br)

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