Tecnologia fundamental para acompanhar a situação, especialmente em áreas mais remotas, contribui para gestão de recursos hídricos e auxilia na previsão de eventos como enchentes e estiagens
Brasília (DF) – Um novo sistema, lançado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), em parceria com instituições nacionais e internacionais, permite acompanhar informações sobre os rios da Amazônia e do Pantanal, obtidas a partir do monitoramento por satélites. Clique aqui para acessar o conteúdo.
O sensoriamento remoto aplicado à hidrologia contribui para ampliar o conhecimento, especialmente sobre áreas de difícil acesso. Dessa forma, fortalece a gestão das águas, além de otimizar previsões em caso de eventos extremos, como enchentes e seca, que afetam diretamente comunidades ribeirinhas.
“Esse é um importante trabalho, que temos desenvolvido nos últimos 16 anos, em parceria com outras instituições nacionais e internacionais, como o Instituto de Pesquisa da França (IRD)”, ressalta a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial, Alice Castilho. Ela reforça ainda: “Com essa técnica, há um aumento do conhecimento, por exemplo: da variação espacial das chuvas, temperatura e água armazenada no solo e da quantidade de rios monitorados”.
De acordo com o pesquisador Daniel Moreira, os satélites são essenciais para suprir carências e superar desafios, como as dificuldades para monitorar cursos d’água de outros países, que são afluentes de bacias brasileiras. “Nesse sentido, usamos mais na Amazônia e no Pantanal porque são os locais onde temos mais carência de monitoramento, principalmente porque são bacias transfronteiriças, e alguns dos países vizinhos não têm redes de monitoramento hidrológico. Por essa razão, existe um vazio de dados nessas regiões, e monitorar essas águas que estão em outros países – mas irão fluir para nosso país – pode ajudar na previsão sobre cheias e secas”, disse Moreira.
O novo sistema, com dados do monitoramento por satélites, foi desenvolvido em uma parceria que incluiu o IRD, o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS) e as empresas Hydro Matters e Hydroweb Next Theia.
Sensoriamento remoto
A técnica inovadora para monitoramento dos rios recebe o nome de “Pesquisas em Geodésia Espacial Aplicada ao Monitoramento Hidrológico – Altimetria Espacial e Gnss” e é usada em complemento ao monitoramento hidrológico convencional, por meio de estações instaladas nos rios.
Sensores instalados em satélites realizam o monitoramento de chuva, níveis de rios, temperatura, estimativa de evapotranspiração, sedimentos e qualidade da água dos rios, além de avaliação do armazenamento da quantidade da água armazenada no solo.
“As informações obtidas por meio de dados ou imagens de satélite são validadas e calibradas utilizando dados coletados no nível do solo em diversos pontos; por exemplo, nas redes de monitoramento ou campanhas de campo. Após essa etapa, as informações de cobertura vegetal e hidrológicas obtidas por satélites podem ser espacializadas para regiões remotas e onde não se tem monitoramento”, detalha a diretora.
Parcerias internacionais
O SGB tem atuado, junto a instituições internacionais, na missão espacial SWOT – para desenvolvimento de satélite com radar de abertura sintética (SAR), com técnica de interferometria. Atualmente, o Serviço Geológico do Brasil lidera, em parceria com o IRD, o projeto do time científico do SWOT, chamado SAMBA (Swot for AMazon BAsin).
“O SGB vem apoiando agências espaciais, como a Agência Espacial Francesa (CNES) e a NASA, no desenvolvimento dessa missão. Participamos do time científico do SWOT e realizamos atividades de calibração e validação desse satélite no Brasil, apoiando ações em outros locais do mundo”, relata o pesquisador Daniel Moreira.
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Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Novo sistema disponibiliza dados de monitoramento por satélites de rios da Amazônia e Pantanal – SGB
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