Nova edição do JC Especial traz os desafios de fazer ciência na Amazônia

A complexidade do meio ambiente amazônico requer estratégias de desenvolvimento baseadas em ciência. Para isso, alocação de mais recursos para pesquisas na Amazônia e aumento do quadro de pesquisadores são essenciais. Faça o download gratuito e boa leitura!

No epicentro das discussões sobre as mudanças climáticas

O momento não poderia ser mais propício para jogar luzes sobre a Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) na Amazônia

Esta edição do Jornal da Ciência já estava em produção quando a gigantesca catástrofe climática devastou o Estado do Rio Grande do Sul. Passado o pior das enchentes, boa parte da opinião pública nacional e internacional parece mais convencida hoje sobre algo que os cientistas estão mostrando há décadas: existe uma conexão entre o equilíbrio climático e a manutenção da Floresta Amazônica.

A grande dúvida é: como preservar a floresta e, ao mesmo tempo, oferecer desenvolvimento econômico e bem-estar social para as 20 milhões de pessoas que habitam a região?

A SBPC está convencida de que a ciência é essencial na busca por respostas para esse dilema. Por isso escolheu Belém para a realização de sua 76ª Reunião Anual e acompanhou de perto os debates da Etapa Norte da Conferência Regional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Manaus (AM), um evento preparatório para a 5ª Conferência Nacional (5ª CNCTI) que acontece no final de julho e início de agosto, em Brasília.

O JC cobriu o encontro em Manaus, em abril, que reuniu cientistas, professores, pesquisadores e formuladores de políticas públicas dos nove estados da Amazônia Legal. A matéria de capa traz o ponto de vista de representantes da academia, dos institutos de pesquisa, dos museus de ciência e organizações não governamentais em cada um dos estados.

É a visão de quem enfrenta o dia a dia de uma região afastada dos grandes centros de decisão do País, lutando para vencer distâncias físicas imensas, doenças negligenciadas, a falta de saneamento básico, a miséria e a violência dos grileiros, garimpeiros e madeireiros ilegais. Mas que também tem uma importante produção científica, econômica e uma vibrante vida cultural para apresentar ao Brasil e ao mundo.

A região Norte é amplamente desfavorecida na divisão dos recursos nacionais dedicados à CT&I. Dados do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa (Confap) mostram que a região recebe apenas 6,6% do que é investido pelo conjunto das FAPs e apenas 4,8% do orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Logo, não surpreende que a produção científica em termos de artigos publicados seja de apenas 5,6% do total do País.

Em artigo escrito especialmente para esta edição, o novo diretor executivo do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa), Henrique Pereira, traz uma perspectiva do futuro da região, reivindicando o fortalecimento da posição do Instituto que é referência em CT&I para a Amazônia.

Em entrevista exclusiva, a ecóloga Erika Berenguer, pesquisadora nas universidades de Oxford e Lancaster, referência nos estudos sobre fogo em florestas tropicais, reitera a importância da pesquisa sobre a biodiversidade.

O novo governo tem sido bem-sucedido em estancar o desmatamento da floresta, mas é apenas um passo. Temos dito que o aquecimento da Terra, fruto sobretudo da queima de combustíveis fósseis pelos países ricos, exige encarar a Amazônia não apenas como fonte de matérias primas, mas ampliar a ideia dela como patrimônio da Humanidade. De qualquer maneira, repensar o futuro desta fl oresta e das comunidades que ela agrega, requer ciência, tecnologia e inovação.

Boa Leitura!

Renato Janine Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Paulo Artaxo, vice-presidente da SBPC e coordenador do Centro de Estudos Amazônia Sustentável (CEAS) da USP

FONTE: SBPC – Jornal da Ciência 

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