BOA VISTA (RR) – O período chuvoso no Estado de Roraima iniciou no fim do mês de março e se intensificou em maio, após uma estiagem severa que causou o aumento do número de queimadas, poluição no ar por fumaça e a segunda maior seca da história do principal rio do Estado, quando o nível do Rio Branco chegou a 39 centímetros negativos.
Até o dia 24 de março, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais de 1,3 mil focos de calor; já o Corpo de Bombeiros notificou 2.213 ocorrências envolvendo incêndios na vegetação da capital e interior, entre janeiro e abril de 2024.
Além disso, dados do o monitoramento da Plataforma Selva da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) mostraram que ao final de março a qualidade da capital Boa Vista estava no nível considerado péssimo, devido às nuvens de fumaça causadas por incêndios.
Agora, a previsão é que ocorram chuvas acima da média até o mês de agosto, conforme divulgou a Defesa Civil Estadual à CENARIUM, por meio de dados do Boletim Hidrometeorológico da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh). Do mesmo modo, não há mais há registros de focos de calor nem risco de incêndio (risco mínimo).
“O período de inverno está transcorrendo dentro da normalidade em Roraima, isto é, com intensidade moderada, ainda que a região Sul do Estado, pelos municípios de Rorainópolis, São Luiz, São João da Baliza e Caroebe, tenha registrado inundações temporárias, de três dias no máximo, das bacias dos rios Anauá e Caroebe (Jauaperi)”, diz o documento da Defesa Civil.
Estas inundações ocorreram em períodos curtos, não havendo a necessidade de grandes mobilizações assistenciais, salvo no município de Caroebe, onde uma equipe do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil fez um trabalho de remoção de galhadas na ponte sobre o rio Caroebe, na BR 210, a fim de reduzir a força exercida pela correnteza na ponte, que corria risco de colapso.
A Defesa Civil também alerta para uma situação específica na vicinal 21 do município do Cantá, localizado ao centro leste de Roraima, onde há, no momento, uma ação de baldeação (travessia com embarcação) em que alguns igarapés, represados pela cheia do rio Barauana, costumam inundar alguns pontos dessa vicinal.
“Esta situação não será sanada até que obras de infraestrutura sejam realizadas nesses pontos da vicinal, como a instalação de bueiros ou galerias e a elevação do nível de pavimentação. Apesar de serem ocorrências rápidas, é uma situação que causa transtornos à população durante o período chuvoso”, diz o relatório.
Riscos de alagamentos
Conforme as previsões meteorológicas de chuvas acima da média nos meses de junho, julho e agosto, haverá inundações nas bacias desses mesmos rios onde já houve registros. Além deles, ocorrerá inundações ao longo da bacia do Rio Branco, como nas enchentes do rio Uraricoera, em Amajari; rio Mucajaí, em Mucajaí e Alto Alegre; rio Surumu, em Pacaraima; rio Tacutu, em Normandia.
A enchente do próprio rio Branco poderá provocar inundações em Boa Vista e em Caracaraí, afetando tanto a população urbana desses municípios, como a população rural, a exemplo da população do Baixo Rio Branco situada entre Caracaraí e Rorainópolis.
Neste ano, a previsão é que o período de inverno encerre no fim do mês de agosto, diferente dos anos de incidência do fenômeno La Niña, quando há incidência de chuvas também nos meses de setembro a dezembro.
Bruna Cássia – Revista Cenarium – Editado por Aldizangela Brito – Em Roraima, Defesa Civil alerta para chuvas acima da média (revistacenarium.com.br)
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