A suntuosidade das águas Amazônicas

Foto: Marquelino Santana

O embelecimento harmonioso das águas alimenta a poética estetizante da volúpia da imaginação amazônica. Preservar esse mais preciso alimento da vida é também preservar de forma consciente a sobrevivência do deslumbramento planetário.

A água mata a sede de forma transcendental
Sem ódio, sem dor e sem amargura
A água pura não nos leva à sepultura
Ela é o nosso berço divinal
A água é alma materna universal

De uma longa ancestralidade
A água é a luz da cotidianidade
Com toda a sua benevolência
A água é o símbolo da nossa existência
Que não pode perder a sua liberdade

A generosidade impoluta das águas não provoca mácula nem devassidão, não provoca delito nem descalabro, não provoca dissídio nem discrepância, e não provoca o embuste ardiloso desumano de uma sociedade reacionária que contribui nocivamente para a sua fúnebre e insensata extinção.

A imensurável água corre complacente para alimentar a vida, o beiradeiro entra em devaneios às suas margens, a graciosidade das cores provoca uma chama em seus olhos, as suas manobras radiantes lavam as paredes dos barrancos, enquanto a verde mata agradece de forma briosa a sensação refrescante em suas raízes estetizantes.

No cenário do prazer dos sentidos, as populações ribeirinhas se sentem prodigiosas, os palcos florestais se sentem inefáveis, o mundo imaterial renova as suas encantarias, enquanto a humanidade em exaltação, agradece a dádiva da suntuosidade das águas amazônicas.

Por: Marquelino Santana

FONTE: Correio Eletrônico (e-mail) recebido do autor

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