Região tem potencial para gerar US$ 153 bilhões, sob a ótica pública, até 2060, com um impacto direto na geração de riqueza, na expansão de postos de trabalho e no aumento da renda regional

Foto: Pablo Peixoto/SGB

Ouro Preto (MG) – O Serviço Geológico do Brasil (SGB) apresentou, nesta terça-feira (21/5), durante o XI Simpósio de Geologia e Recursos Minerais (Simexmin), resultados consolidados de um estudo pioneiro que coloca a Província Mineral de Carajás, no Pará, como um motor de desenvolvimento para o Brasil.

A pesquisa, intitulada “Avaliação do Potencial Geoeconômico da Província Mineral de Carajás (PA)“, estima que a região tem potencial para gerar US$ 153 bilhões sob a ótica pública até 2060, com um impacto direto na geração de riqueza, na expansão de postos de trabalho e no aumento da renda regional, impulsionando a qualidade de vida da população.

De acordo com o diretor-presidente do SGB, Inácio Melo, o estudo é uma referência para o SGB e para o Brasil: “O estudo da Província Mineral de Carajás é um marco para o SGB e para o Brasil. Ele demonstra o enorme potencial que o nosso país tem para se tornar um líder global na produção de minerais”.

Melo destacou que os estudos do SGB oferecem subsídios técnicos essenciais para garantir que as atividades sejam conduzidas com responsabilidade social e ambiental. “É importante lembrar que o desenvolvimento do setor mineral precisa ser feito de forma sustentável. O SGB está comprometido em trabalhar com o setor privado, o governo e a sociedade civil para garantir que os recursos minerais da Província de Carajás sejam utilizados para o benefício de todos,” enfatizou.

Geração de emprego e desenvolvimento regional

A pesquisa foi embasada por dados da Plataforma de Planejamento da Pesquisa e Produção Mineral (P3M) e por técnicas de modelagem econômica para estimar o potencial de produção dos cinco principais bens minerais da região: minério de ferro, minério de manganês, cobre, níquel e ouro.

Os resultados revelam um potencial de geração de 24 mil postos de trabalho diretos e 306 mil indiretos,e uma geração de valor de US$ 153 bilhões sob a ótica pública e US$ 50 bilhões sob a ótica privada. O estudo também identificou um potencial de 11 milhões de toneladas de cobre ainda não descoberto na região, utilizando a Lei de Zipf, o que indica um futuro promissor para a exploração mineral na área.

A área da Província Mineral do Carajás abrange os municípios de Água Azul do Norte, Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado do Carajás, Marabá, Ourilândia do Norte, Parauapebas, São Félix do Xingu, Sapucaia, Tucumã e Xinguara, todos no estado do Pará e que podem ser beneficiados a partir dos estudos do SGB.

Nova série de Informes de Recursos Minerais

A iniciativa do SGB é pioneira e faz parte da nova série “Economia Mineral”de Informes de Recursos Minerais (IRM), que visa apresentar estudos aprofundados sobre a viabilidade econômica de diferentes regiões do país, contribuindo para atrair investimentos para as regiões. As ações fazem parte do subprograma da P3M: Avaliação do Potencial Geoeconômico Regional (APGR).

“A Avaliação do Potencial Geoeconômico de Carajás é o primeiro produto dessa série e demonstra a importância da pesquisa mineral para o desenvolvimento sustentável do Brasil, permitindo que os dados subsidiem políticas públicas”, explica a pesquisadora em geociências do SGB, Lila Costa de Queiroz, responsável pela análise.

Esses estudos complementam outros realizados para identificar áreas com potencial mineral e representam uma oportunidade única para o Brasil fortalecer sua economia, gerar empregos e melhorar a qualidade de vida da população. Além disso, a pesquisa fornece informações valiosas para subsidiar políticas públicas e auxiliar investidores privados na tomada de decisões estratégicas para o desenvolvimento sustentável da região.

Metodologia

O estudo foi realizado com base em diversos conceitos e critérios de trabalho com destaque para os bens minerais atualmente produzidos na PMC e seu potencial de produção futura. O valor do potencial mineral da província foi estimado considerando os bens minerais atualmente produzidos, bem como aqueles que apresentem potencial produção, com base em depósitos já conhecidos ou em perspectivas geológicas fundamentadas em ocorrências cadastradas e análise geológica. A abordagem encontra-se fundamentada no conhecimento de recursos e reservas existentes e da produção presumida no horizonte de 40 anos.

Simexmin: palco para o futuro da mineração brasileira

Entre os dias 19 e 22 de maio, uma comitiva formada por 30 pesquisadores do SGB participa das atividades do Simexmin, considerado o maior evento de prospecção mineral brasileira. Serão apresentados pelo Serviço Geológico do Brasil novas pesquisas e projetos que contribuam para ampliar o conhecimento geológico do Brasil e alavancar o desenvolvimento do setor mineral.

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Simexmin: estudo indica potencial geoeconômico da Província Mineral de Carajás, no Pará (sgb.gov.br) 

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