Fenômeno ficou mais brando no Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. Por outro lado, a seca se intensificou em Roraima e Tocantins, enquanto no Amapá a intensidade do fenômeno se manteve estável

Na comparação entre fevereiro e março, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno em quatro dos sete estados da região Norte: Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. Já em Roraima e Tocantins, a seca se intensificou nesse período, enquanto no Amapá o fenômeno se manteve estável. Com isso, a área com seca extrema na região Norte como um todo caiu de 3% para 2% do total, indicando um abrandamento da seca.

Em termos de áreas com seca, o Norte teve uma leve redução da área total com seca de 88% para 87% entre fevereiro e março em virtude da diminuição da área com o registro do fenômeno no Acre e no Pará. Já no Amapá a área com o registro do fenômeno aumentou, enquanto os demais quatro estados da região Norte se mantiveram com seca na totalidade de seus territórios. A seguir estão os destaques por estado da região Norte.

Cenário nacional

Entre fevereiro e março, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno em 11 unidades da Federação, conforme a última atualização do Monitor de Secas: Acre, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rondônia. Já em outros seis estados a seca se intensificou nesse período: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Roraima, São Paulo e Tocantins. Em termos de severidade, a seca ficou estável em sete unidades da Federação: Alagoas, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Sergipe. Já no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina não houve registro do fenômeno, que deixou de ser verificado no Rio de Janeiro.

Na comparação entre fevereiro e março, quatro estados registraram o aumento da área com seca: Amapá, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Em 13 unidades da Federação houve uma diminuição da extensão da seca: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em outras sete unidades da Federação, a área com o fenômeno se manteve estável: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins. Já o Rio Grande do Sul e Santa Catarina seguiram livres de seca em março, mês em que o Rio de Janeiro deixou de registrar o fenômeno.

Cinco unidades da Federação registraram seca em 100% do território em fevereiro deste ano: Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins. Para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca. Nas demais unidades da Federação que registraram área com seca, os percentuais variaram de 1% a 89%.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, o Amazonas lidera a área total com seca de março, seguido por Pará, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais. No total, entre fevereiro e março, a área com o fenômeno caiu de 6,84 milhões para 6,41 milhões de km², o equivalente a 75% do território brasileiro.

O Monitor de Secas

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), o Monitor de Secas é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em seus respectivos estados no Norte são as seguintes: 

      • AMAZONAS: Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Amazonas (SEMA/AM);
      • ACRE: Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (SEMAPI/AC);
      • AMAPÁ: Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA/AP);
      • PARÁ: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS/PA);
      • RONDÔNIA: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM/RO);
      • RORAIMA: Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (FEMARH/RR);
      • TOCANTINS: Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH/TO).

O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido, sendo que o processo de expansão dessa iniciativa foi concluído com a entrada do Amapá no Mapa do Monitor de dezembro de 2023.

A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.

Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM) – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)