A Amazônia exuberante na sua suntuosa viscosidade resiste incansavelmente contra o impacto avassalador de uma sociedade cada vez mais preocupada com o insolente poder do espoliante ato de ter que não leva em consideração as atividades de práticas sustentáveis nas coletividades originárias ou tradicionais dos povos da floresta.

Foto: Marquelino Santana

Segundo Donald Sawyer – sociólogo da Harvard University – as práticas de uso sustentável têm forte raízes culturais, baseadas em conhecimentos tradicionais sobre a fauna e a flora. Ele nos diz ainda que os saberes tradicionais são produzidos de forma coletiva, com base em ampla troca de informações, sendo transmitidos oralmente de uma geração para outra, ao menos localmente.

Conforme nos esclarece Donald Sawyer: “Estimular e valorizar o uso sustentável da sociobiodiversidade, por parte de comunidades locais, constitui, portanto, uma estratégia fundamental, se não a única alternativa viável para mitigar as diversas mudanças ambientais em curso e se adaptar às novas realidades ecológicas e econômicas”. Concordamos com Sawyer, visto que a não adoção dessas estratégias poderá acarretar na terra mãe o esgotamento da vida.

Para Ladislau Dowbor – doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia – “os dados sobre o esgotamento da vida nos mares, a erosão dos solos, a redução das reservas de água nos lençóis freáticos, a destruição acelerada da biodiversidade, o desmatamento e outros processos estão hoje sendo acompanhados em detalhe, numa demonstração impressionante do que podemos chamar de capacidade técnica e impotência política, pois todos vemos as coisas acontecer, e ficamos passivos, pois não há correspondência entre os mecanismos políticos e a realidade que temos que enfrentar, entre a dimensão dos desafios e os mecanismos de gestão”.

Necessitamos de mecanismos de gestão que não arrebatem as populações originárias e tradicionais dos seus autênticos lugares, que não adotem rancor, ódio é antipatia a essas populações e que não se utilizem de ferramentas beligerantes para destruírem definitivamente as coisas da Amazônia.

Por: Marquelino Santana

FONTE: Correio Eletrônico (e-mail) recebido do autor

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