Os valores axiológicos do ato de ser, supera a valorização do ato de ter. A ascensão agonizante do capital, ao tempo em que desapossa o homem de suas virtudes benevolentes, altera profundamente os modos de vida das coletividades amazônicas.

Foto: Marquelino Santana

A aversão doentia ao outro e o ódio beligerante da sociedade reacionária envolvente, rompe radicalmente com a concatenação entre o ente e a natureza imaculada. Os conciliábulos desumanos acorrentam os princípios constitucionais da liberdade e a deflagração desse conúbio desenfreado provoca uma grave cisão entre o homem e a terra.

O resultado de tudo isso mais parece uma pena de degredo ou a própria desterritorialização de milhares de famílias da autenticidade do lugar. Entre o descalabro e o desregramento secular, as comunidades marginalizadas sobrevivem num verdadeiro estado de desolação e sacrifício, acreditando na esperança de que um dia possam desfrutar dos seus direitos humanos garantidos.

A empáfia do embrutecimento humano trata as coletividades amazônicas com escárnio e desprezo, quer seja no espólio ou na espórtula, as forças dos povos originários e tradicionais parecem extenuar-se diante da malevolência execrada de uma minoria privilegiada que cotidianamente com incúria e negligência, condena as minorias étnico-raciais da Amazônia à derrocada humana generalizada.

Os direitos das coletividades da floresta não devem ser escamoteados, estigmatizados ou estereotipados. O desbrio não pode continuar, a segregação não irá prosperar e a florestania jamais será obliterada pelo ódio. Respeitemos as coisas da Amazônia.

Por: Marquelino Santana

FONTE: Correio Eletrônico (e-mail) recebido do autor

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