A harmoniosa casa ribeirinha continua fabulosamente embelecidas pelas águas estetizantes e pelo verde fascinante do deslumbramento da verde mata. Nesse mundo que une o homem e a natureza esplendora, a colossal família sobrevive de forma generosamente humana.
Uma família briosa e sem mácula, que trabalha entrelaçada à terra, sem desonrá-la e sem maltratar a natureza fulgente. A suntuosidade da mata oferece originalmente o precioso e imaculado alimento divinal. Na beira do rio, o homem entra em devaneio e escuta o melodioso e encantatório canto da mãe-d’água, e ambos são comtemplados com o imbricamento amoroso das almas em profunda exaltação.
Nesse complacente e devaneante encontro, a grandeza mitológica do lugar se torna radiante, o ente é tomado de pertencimento, o sentimento brota desenfreado, o chão se torna o espaço do vivido, a terra mãe agradece virtuosa, o bem viver se exalta na volúpia dos sentidos, enquanto a vida verdadeiramente vivida, descansa na inefável paz, que se une maviosamente nos braços dadivosos da liberdade humana em estesia.
Nessa iniludível relação do homem com a terra, o geógrafo Eric Dardel nos diz que habitar a terra, percorrê-la, plantar ou construir é trata-la como um poder que deve ser honrado, e que cada um dos seus atos é uma celebração, um reconhecimento do laço sagrado que une o homem aos seres da terra, das águas ou do ar. Ainda segundo o mesmo autor:
“ Entre o grupo e a terra, os laços são renovados a cada dia pela circulação da vida que vai do homem para as terras, as plantas e os animais, e que vem da comunidade. Uma mesma corrente de vida circulando na sociedade e na natureza, o homem tem a substância, a matéria, a essência da própria realidade geográfica”.
Na magnitude humana das relações entre o homem e a terra, a vida se torna sublime e desmesurada, ela se torna encantatória e transcendental, e ela se torna de fato, parte necessária e indispensável do ecoequilíbrio planetário.
Por: Marquelino Santana
FONTE: Correio Eletrônico (e-mail) recebido do autor
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