A harmoniosa e embelecida natureza na sua volúpia inenarrável nos ensina na sua imensurável generosidade que as nossas relações com a mãe terra deve ser impoluta e complacente com a vida.
Essas relações na sua forma divinizada e estetizante propõe nessa celebração briosa dos sentidos que terra e homem convivam entrelaçados nas suas práticas cotidianas. Para o geógrafo humanista brasileiro – Carlos Wálter Porto Gonçalves – Nós devemos incorporar nas nossas práticas cotidianas, como educadores e, portanto, formadores de valores, que temos de visar uma perspectiva planetária, uma perspectiva civilizatória, mesmo agindo no cotidiano, num determinado ligar nesse momento.
Segundo João de Jesus Paes Loureiro, na sociedade amazônica, é pelos sentidos à natureza magnífica e exuberante, que envolve, que o homem se afirma no mundo no mundo objetivo e é por meio deles que aprofunda o conhecimento de si mesmo. Para o mesmo autor, essa forma de vivência, por sua vez, desenvolve e ativa sua sensibilidade estética. Loureiro nos informa ainda que esse comportamento vai satisfazendo as necessidades mais íntimas do espírito e alargando suas potencialidades, num processo em que os homens seguem evoluindo, renovando-se, transformando-se.
Conforme nos esclarece o geógrafo Eric Dardel, da terra vem as forças que atacam ou protegem o homem, que determinam sua existência social e o seu próprio comportamento, que se misturam com sua vida orgânica e psíquica, a tal ponto que é impossível separar o mundo exterior dos fatos propriamente humanos.
O relacionamento benévolo do homem com a mãe terra precisa necessariamente ser de volúpia e virtuosidade, e nesse vivificante entranhamento cria-se e recria-se uma visão heterotópica e holística que valorize e respeite as coisas da Amazônia.
Por: Marquelino Santana
FONTE: Correio Eletrônico (e-mail) recebido do autor
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