Em continuidade às ações na Terra Indígena Yanomami (TIY), coordenadas pela Casa de Governo em Roraima, as Forças Armadas estão trabalhando em uma base em Kayanaú que será utilizada por agências e órgãos de Segurança Pública no combate ao garimpo ilegal. A construção do acampamento faz parte da Operação CATRIMANI II, iniciada em abril sob coordenação do Ministério da Defesa, que visa conter as atividades ilegais de mineração, crimes ambientais e ilícitos transnacionais na TIY.

Embora a construção da estrutura esteja a cargo das Forças Armadas, a base, que teve a área cedida para utilização provisória e exclusiva para as ações de combate ao garimpo, será mantida pelas Forças de Segurança, representando um esforço conjunto para a preservação ambiental e proteção dos povos indígenas Yanomami.

O transporte de carga e pessoal militar enfrentou diversos desafios na região devido às densas matas e às precárias pistas disponíveis. Foi necessária uma combinação de meios, uma vez que os comboios só conseguem chegar até a metade do caminho, enquanto as aeronaves de asa fixa não conseguem pousar na área. Assim, o uso de helicópteros torna-se indispensável e essencial para as atividades.

Esse esforço logístico contou com os helicópteros UH-15 Super Cougar, HM-1 Pantera e H-60 Black Hawk, respectivamente da Marinha do Brasil (MB), Exército Brasileiro (EB) e Força Aérea Brasileira (FAB). Além disso, um comboio formado por viaturas da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1ª Bda Inf Sl) também foi empregado em apoio à missão. Ao todo, foram transportadas cerca de 19 toneladas, entre material de apoio, combustível e insumos.

“Os maiores desafios são as grandes distâncias a serem percorridas sobre a densa mata do território indígena Yanomami. Os locais para pouso alternativo em caso de necessidade são afastados, o que requer atenção redobrada ao planejamento e à condução do voo. Além disso, a meteorologia da região nessa época do ano é instável, com surgimento de formações chuvosas durante todo o dia”, declarou o piloto da aeronave UH-15, da MB, Capitão de Corveta Walter Vinicius Antunes Dias.

A montagem da base ficou a cargo do 7º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), subordinado à 1ª Brigada de Infantaria de Selva. “Houve grande esforço para se estabelecer, em curto período de tempo, uma base com capacidade operacional em meio à selva amazônica a mais de 200 km de Boa Vista. Em apenas 10 dias, conseguimos desdobrar uma base com capacidade para 45 ocupantes, dispondo de energia elétrica e transmissão de dados, e possuindo estruturas para alojamento, alimentação, controle das operações e custódia temporária de detidos, de modo a contribuir para as ações de desintrusão na TI Yanomami. Foram 57 militares envolvidos na montagem, o que demonstra nossa capacidade de pronta-resposta logístico-operacional”, afirmou o Coronel Roberto Sousa, coordenador logístico da atividade.

COMANDO CONJUNTO CATRIMANI II – A Operação CATRIMANI II é uma ação conjunta coordenada entre órgãos de Segurança Pública, Agências e Forças Armadas no emprego, temporário e episódico, de meios na TIY em cumprimento à Portaria GM-MD N° 1511, de 26 de março de 2024, que determinou o emprego de meios das Forças Armadas em apoio às ações governamentais na Terra Indígena Yanomami.