Prestar assistência básica de saúde e promover melhorias na qualidade de vida dos ribeirinhos que vivem longe dos centros urbanos, mais especificamente na Amazônia Ocidental. Esse foi o objetivo da Marinha do Brasil (MB) durante a mais recente missão do Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) “Soares de Meirelles”, realizada de 16 a 30 de março.
Em parceria com empresas e organizações privadas, a Marinha forneceu apoio logístico para a realização de 153 cirurgias de catarata em quatro municípios do Alto e Médio Solimões, no Amazonas, durante o projeto “Oftalmologia Humanitária 2024”. Os beneficiados com a ação são, em sua maioria, agricultores e pescadores que vivem em comunidades ribeirinhas da região.
“Conciliar a missão desses Navios de Assistência Hospitalar, os nossos “Navios da Esperança”, com o projeto Oftalmologia Humanitária é fantástico, porque efetivamente provemos para essas comunidades o acesso à saúde básica e a procedimentos cirúrgicos aos quais não teriam acesso. A Marinha participa do projeto pela décima vez, no apoio logístico de material e pessoal”, afirmou o Capitão de Mar e Guerra Sandir Antonio de Freitas D’Almeida, Comandante da Flotilha do Amazonas (9º Distrito Naval), à qual o NasH “Soares Meireles” está subordinado.
O Comandante Sandir informou que, durante os 15 dias de missão, a Marinha assistiu os municípios de Tonantins, Jutaí, Fonte Boa e Uarini (AM). Nessas localidades, a equipe de saúde do NAsH “Soares de Meireles” realizou 5,7 mil procedimentos de saúde, incluindo consultas médicas, odontológicas e exames laboratoriais, além de 45 exames de mamografia e distribuição de 376 kits odontológicos. “Dentre as atribuições da MB, existem as subsidiárias, e aqui nós estamos no campo de atuação do Poder Naval de Apoio ao Estado”, completou o Comandante Sandir.
Cleovânia Gonçalves Ramires, moradora de Tonantins (AM), levou o filho e o neto, Cássio e Julio César, para receberem atendimento odontológico no navio. A dona de casa aproveitou para realizar um exame de mamografia a bordo. “Esta foi a primeira vez que eu vim ser atendida aqui e foi muito bom, me atenderam muito bem. Na cidade, tive dificuldade para conseguir dentista, e com apoio da Marinha foi ‘rapidinho’, para obturar e extrair o dente. Atendimento nota dez”, celebrou Cleovânia.
Mutirão de cirurgias
O Projeto Oftalmologia Humanitária tem mais de 20 anos de existência, e passou a contar com apoio da MB a partir de 2014. “Depois que a Marinha entrou para ajudar, o projeto ficou bem mais interessante, bem dinâmico. E com a ajuda de toda a equipe da Força, dos navios e dos militares, melhorou demais a logística e o trabalho, além da segurança e tranquilidade que nos dá ter essa equipe trabalhando em conjunto”, declarou o oftalmologista Walton Nosé, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
O agricultor José Roberto Eugênio aproveitou o mutirão para realizar sua cirurgia de catarata, na cidade de Jutaí (AM). Ele explicou que, com a visão restabelecida, poderá voltar a trabalhar e cumprir atividades simples do seu cotidiano. “Meu olho esquerdo embaçou de uma vez e não enxergo nada. Só vejo do outro lado, mas não muito bem, e isso impede de trabalhar, fazer as coisas. Ficou difícil para mim, porque já não conseguia fazer nada por conta da visão. Esse é um projeto abençoado, pois tenho a certeza de que vou voltar a enxergar”, declarou.
Além das cirurgias de catarata, foram entregues 1,7 mil óculos por meio do projeto. Apoiado pela MB e pela Sociedade Amigos da Marinha (Soamar) Manaus, a iniciativa é realizada em conjunto com a Fundação Piedade Cohen, o Instituto da Visão, a Universidade Federal do Amazonas, a Universidade Federal de São Paulo, o Laboratório Alcon e a empresa Lupas Leitor.
Fonte: Agência Marinha de Notícias – Marinha apoia Oftalmologia Humanitária e atende ribeirinhos na Amazônia | Marinha do Brasil
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