Localizado na fronteira com a Venezuela, a Unidade tem realizado diversas ações humanitárias, desde atendimento clínico e odontológico à distribuição de cestas de alimentos

Como otimizar a logística das missões de ajuda humanitária em apoio às comunidades indígenas Yanomami, em Surucucu, e levar cestas básicas às aldeias localizadas em regiões em que o acesso é possível apenas por avião? A solução: criar um estratégico aeródromo no local.

A referida pista atende ao 4º Pelotão Especial de Fronteira (4º PEF), unidade integrante do Comando de Fronteira de Roraima do 7° Batalhão de Infantaria de Selva (CFRR/7º BIS) e localizado na fronteira com a Venezuela, mais de 300 km de Boa Vista (RR), foi estruturado com a missão de proteger e defender parte das fronteiras brasileiras, e tem atuado, desde 1988, de forma intensa nas diversas ações do Estado, como, por exemplo, a Operação Catrimani.

“O Comando de Fronteira Roraima é uma organização militar responsável por seis pelotões especiais de fronteira, em especificamente  em uma faixa de fronteira com cerca de mais de 2.300 km, com dois países, a Guiana e a Venezuela. E um desses PEF’s é o nosso Pelotão estruturado em Surucucu, localizado no interior da Terra Indígena Yanomami (TIY). Ele é a presença do Estado brasileiro nessa região. E hoje, na Operação Catrimani, ele cumpre as ações de apoio aos Órgãos e as Agências em atendimento às demandas das comunidades indígenas da área”, pontuou o Comandante do 7º BIS.

Nos últimos meses, os militares do 4º PEF têm realizado apoio operacional e logístico à Operação, por diversas formas. Além do atendimento clínico e odontológico, o 4ª PEF ainda contribui com a distribuição de cestas de alimentos às aldeias indígenas localizadas em Surucucu e regiões próximas, dentro da TIY.

“O apoio logístico do 4ª PEF de Surucucu nas ações da Operação Catrimani tem sido de suma importância, especialmente, no que diz respeito à distribuição de cestas de alimentos na Terra Indígena Yanomami. Após o lançamento de paraquedas dos lotes de cestas básicas, os militares do 4ª PEF atuam, de forma intensa, na coleta e armazenamento dos suprimentos nos depósitos do pelotão para serem posteriormente distribuídos às comunidades por meio de helicópteros das Forças Armadas. Dessa forma, ressalto aqui o profissionalismo e a dedicação das tropas envolvidas nesse processo e em todas as outras atividades da Operação Catrimani em apoio às comunidades indígenas da TIY”, pontuou o Chefe do Estado-Maior do Comando Operacional Conjunto Catrimani.

Em complemento, o Comandante do 4ª PEF, destaca aspectos da rotina da tropa no pelotão, inclusive com as ações da Catrimani. “Ao longo da Operação, já contamos com mais de 100 militares, tanto do Exército quanto da Aeronáutica e da Marinha, mobilizados aqui no Pelotão. A todo momento, temos contato com os indígenas, eles nos procuram para receber essa ajuda humanitária que proporcionamos na região”, afirmou.

Próximo ao 4° PEF vivem cerca de 3.000 indígenas Yanomami, distribuídos em 19 comunidades, e com o surgimento de novas aldeias necessitadas de atendimento, a demanda tem aumentado de forma considerável, segundo a coordenadora da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye’kuana (CFPE-RR), Elayne Rodrigues Maciel.

Ponto de abastecimento de aeronaves

Como parte da Operação Catrimani, o 4ª PEF também tem exercido um papel de extrema importância no abastecimento das aeronaves empregadas na missão humanitária, entre elas o C-105 Amazonas, o C-98 Caravan, o H-36 Caracal e o H-60L Black Hawk da FAB; o UH-15 Super Cougar da Marinha do Brasil (MB); além do HM-4 Jaguar e o HM-1 Pantera do Exército Brasileiro (EB). Na lateral da  pista de pouso e decolagem (PPD) do aeródromo, foram posicionados dois tanques flexíveis de combustível com capacidade de 10.000 litros e motobombas para viabilizar o abastecimento de plotter – processo de transferir combustível de um reservatório externo para a aeronave.

Sobre a Operação

Desde o dia 17 de janeiro de 2024, militares da Marinha do Brasil (MB), do Exército Brasileiro (EB) e da Força Aérea Brasileira (FAB) atuam na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima, conforme a Portaria GM-MD nº 263, de 16 de janeiro de 2024, cuja finalidade é regulamentar o emprego temporário e episódico das Forças Armadas em atividades de apoio logístico às ações de distribuição de cestas de alimentos na TIY, além de demais ações, como evacuações aeromédicas (EVAM). Para tais objetivos, essa força tarefa já soma mais de 1.500 horas de voo, o equivalente a aproximadamente 11 voltas na Terra, por exemplo.

Demais ações

No contexto da Operação Catrimani, as Forças Armadas prestaram apoio logístico à Polícia Federal (PF) e as demais Agências, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e a Força Nacional, para transportar para Boa Vista (RR), militares dos Órgãos de Segurança, que efetuaram a prisão de 22 pessoas suspeitas de garimpo ilegal no entorno da comunidade de Palimiú, localizada às margens do rio Uraricoera, dentro da Terra Indígena Yanomami (TIY).

A dinâmica da ação se deu durante os dias 28 e 29/02 e 01/03, com o emprego das aeronaves H-60 Black Hawk, da Força Aérea Brasileira (FAB), e HM-1 Pantera, do Exército Brasileiro (EB). A ação de neutralização do garimpo ilegal,  na região, foi coordenada e realizada pela PF e demais Agências, e contou com a apreensão de um armamento, embarcações com seus respectivos motores, mantimentos e combustível.

FONTE: CMA – 4º PEF e a sua importância estratégica nas operações das Forças Armadas na TIY (eb.mil.br) 

Relacionada: CMA garante apoio logístico em operações militares na Amazônia Ocidental (eb.mil.br) – O Comando Militar da Amazônia (CMA) desempenha um papel essencial na defesa da pátria para garantir a soberania nacional e a proteção na Amazônia Ocidental. No entanto, essa missão não é simples e envolve uma logística operacional expressiva em uma região onde os rios são as principais vias de acesso e grande parte das operações acontecem envoltas por densas florestas, que só possibilitam acesso por meio aéreo. A fim de garantir a segurança das fronteiras, o CMA conta com cerca de 20 mil militares em permanente prontidão na área de atuação, que envolve os estados do Amazonas, Roraima, Acre e Rondônia, o que representa aproximadamente 25% do território nacional.