Localizada em Roraima, no município de Normandia, a Comunidade Indígena Raposa I é o território dos Macuxis, um dos povos originários que habita o solo brasileiro há gerações. A comunidade mantém sua tradição e modo de viver ancestral, buscando a valorização de sua cultura, costumes e modo de vida. Ao mesmo tempo, empenha-se no aumento de trabalho e renda para os seus moradores, um reflexo do desenvolvimento do turismo sustentável em seu território.
Situada na região Raposa Serra do Sol, no nordeste do estado, foi pioneira na construção de um plano de visitação aprovado pela Funai para estabelecer a prática turística. Agora, o Projeto Experiências do Brasil Original, realizado pelo Ministério do Turismo e a Universidade Federal Fluminense, apresenta um novo capítulo para história desse povo com o objetivo de impulsionar o turismo de base comunitária, ampliando e diversificando a oferta turística brasileira, por meio da formatação de experiências memoráveis e transformadoras.
O coordenador de Turismo da Raposa I, Enoque Raposo, destaca que o turismo oferece outras perspectivas para a comunidade. “Os trabalhos turísticos em nossa comunidade tem sido referência para o mundo todo. Buscamos conectar as pessoas com a cultura local e assim, receber da melhor forma possível quem chega a nossa comunidade”, disse.
Ao chegar na Comunidade Indígena Raposa I, os turistas passam por um ritual sagrado com a defumação corporal, que tem como objetivo limpar e proteger espiritualmente os membros e visitantes. Esse é só o início das inúmeras experiências que o viajante se propõe a vivenciar.
Por meio do turismo de base comunitária, a imersão na cultura local é real. São vivências que abrangem desde passeios para conhecer as ricas paisagens regionais até a degustação da gastronomia tradicional Macuxi, preparada, em sua maior parte, com insumos produzidos em seu território.
O dia amanhece cedo e o simbolismo em cada experiência traz consigo a identidade daquele povo, como a tradição da Dança Parixara e a entrada na Trilha Cultural da Cachoeira da Raposa, marcada por um totem Macuxi ao qual os visitantes devem pedir permissão para iniciar a trilha com segurança.
Histórias que envolvem a serra e a comunidade são comuns em cada passeio, como na Caminhada na Serra do Arco-Íris, onde os condutores apresentam cada detalhe aos visitantes. O mesmo acontece no passeio e pesca no Lago da Barragem quando o anfitrião conta sobre a história do local e a sua importância para a sobrevivência do povo Macuxi ao longo dos anos.
As tradições são marcantes e se expressam também na confecção das panelas de barro seguindo a tradição alvitra, cujo processo determina os objetos sejam produzidos exclusivamente por mulheres indígenas da comunidade. Atualmente, a prática se disseminou entre os demais membros, porém a liderança dessa atividade segue sendo feminina.
O aprendizado também é frequente na experiência turística da comunidade. Técnicas de artesanato são passadas de geração em geração, como a confecção de cestas, bolsas e peneiras com os Trançados Macuxi ensinados aos visitantes e a tradição milenar do Arco e Flecha, quando os turistas podem praticar o tiro ao alvo.
Para o descanso, os visitantes se hospedam nas residências dos próprios indígenas com barracas ou redes, compartilhando o cotidiano e vivências do povo Macuxi. As refeições também ocorrem nas casas das famílias da comunidade, além de oficinas onde as tradições gastronômicas locais são repassadas com a preparação de pratos e bebidas típicas, como a Damurida – uma iguaria de peixe com um caldo a base de pimenta o Caxiri – uma bebida à base de milho; e o beiju e a farinha, iguarias à base de mandioca.
Dessa forma, diferentes vivências são proporcionadas aos turistas dentro de uma oferta competitiva e inovadora de produtos e serviços turísticos do Brasil, sob o olhar de povos e comunidades tradicionais em seus territórios. São experiências memoráveis capazes de transformar quem estiver disposto a experimentar o Brasil Original.
O PROJETO – Experiências do Brasil Original visa fortalecer o mercado turístico interno e o turismo de base comunitária, para que roteiros turísticos em territórios indígenas e quilombolas passem a compor a oferta competitiva e inovadora de produtos e serviços turísticos do Brasil.
“Espera-se, com isso, oportunizar o desenvolvimento econômico nas comunidades indígenas e quilombolas por meio do projeto Experiências do Brasil Original, na formatação de experiências turísticas geradoras de fontes alternativas de renda e trabalho, contribuindo para a valorização da cultura, costumes e modo de vida dessas comunidades e, ainda, para a conservação da sociobiodiversidade”, destacou a Coordenadora de Produção Associada ao Turismo do MTur, Anna Modesto.
Aliado a isso, o Projeto traz a oportunidade do turista vivenciar práticas significativas, através das tradições, saberes, sabores, culturas e histórias, presentes nesses territórios.
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Por: Ministério do Turismo – Tradições milenares e uma rica cultura: conheça mais sobre os atrativos turísticos da Comunidade Indígena Raposa I — Agência Gov (ebc.com.br)