A saúde integrada na região amazônica, contribuindo com políticas públicas voltadas aos seus habitantes, será debatida nesta segunda e terça-feira (19 e 20/2) no Seminário Saúde e Meio Ambiente na Amazônia – Integração para cenários futuros (etapa Manaus), promovido pela Fiocruz. O evento ocorre no hotel Intercity Premium, bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul da capital do Amazonas e integra a segunda parte de debates sobre o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na Amazônia, discutido em um primeiro momento na cidade de Porto Velho (RO), em maio de 2023, e como terceira e última etapa, em Belém (PA), em data a ser definida.
O seminário em suas três etapas tem por objetivo definir uma agenda de trabalho que contemple projetos estruturantes e integradores nas temáticas saúde e ambiente, visando questões estratégicas, os desafios sanitários e de atenção à saúde e conservação da região. A atividade compreende o protagonismo da Amazônia, na perspectiva de fortalecimento do SUS, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação na região amazônica.
As três etapas do seminário contam com a organização do Ministério da Saúde, do Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia), do Instituto Evandro Chagas, da Fiocruz Rondônia, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Pará (Cosems-PA) e da Universidade Federal do Pará (UFPA). O evento contará com a participação de secretarias de Saúde do Amazonas, com o apoio do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems-AM).
Expectativas
“É com muita alegria, que vamos fazer a segunda etapa do Seminário Saúde e Meio Ambiente na Amazônia, pensando numa integração que entendemos como necessária para o fortalecimento da ciência, da tecnologia e da inovação e do Sistema Único de Saúde”, avalia a chefe de Gabinete da Presidência e coordenadora de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz, Zélia Profeta. Segundo ela, a iniciativa do Seminário deu origem à criação de um movimento que envolve atores estratégicos da região amazônica. “Junto com a academia, as instituições de ensino, os movimentos sociais, gestores, diferentes atores pensando a região e como podemos fortalecer a ciência e o Sistema Único de Saúde nos seus mais diferentes aspectos e complexidades”, salienta.
Conforme Zélia, na etapa Manaus, a intenção é a de definir projetos para serem desenvolvidos na região e a partir daí iniciar a busca por financiamentos. “Convidamos diferentes instituições que atuam com financiamento também para discutirmos a possibilidade de custear projetos relacionados à vigilância, com preparação e resposta aos grandes desastres que têm a ver com saúde, educação nos seus mais diferentes aspectos na região, complexo econômico da saúde, bioeconomia. Um processo complexo, dinâmico, que está dando bons frutos”, observa.
Para o professor da UFPA, Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira, são grandes as expectativas para esta segunda etapa do evento, porque haverá um aprofundamento dos trabalhos iniciados em Porto Velho, em maio do ano passado, definindo estratégias mais sólidas para discutir o desenvolvimento e a saúde na Amazônia brasileira, auxiliando o Ministério da Saúde nesta direção. “Nesta segunda etapa pretendemos aprofundar a discussão sobre a proposta de termos de forma mais equalizada dentro do Ministério da Saúde e sobre sua condução um plano de saúde para a Amazônia brasileira. Plano no sentido de propostas, para que possamos fazer uma discussão sobre as intervenções do Ministério da Saúde na Amazônia. Este é um momento importante para o Brasil, de resgate da saúde das nossas populações e inclusão definitiva da Amazônia no plano de desenvolvimento do Brasil. A saúde tem um papel importantíssimo nisso”, comenta Paulo.
Diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes destaca a importância do Seminário como uma oportunidade de interação entre Ministério da Saúde, Fiocruz, movimentos sociais e outras instituições da região amazônica convidadas a participarem dos dois dias de discussões. “Aguardamos a efetiva participação de todos nesse processo de construção coletiva, pois a partir dele será possível contemplarmos propostas dos mais diferentes segmentos que integram a área da Saúde Coletiva num Plano de Saúde para a Amazônia. Para nós, da Fiocruz da Amazônia, essa é uma oportunidade ímpar”, avalia Stefanie.
O coordenador-geral da Fiocruz Rondônia, Jansen Fernandes de Medeiros, também destaca a importância do seminário para a melhoria da saúde das populações da região, e de que forma os trabalhos irão auxiliar o SUS. “Este seminário é fruto de uma agenda de debates intensos sobre os desafios da saúde e da pesquisa na região amazônica, e os desdobramentos já podem ser percebidos em um conjunto de ações que envolvem importantes parceiros e instituições qualificadas, formando uma rede de colaborações em defesa da vida e do fortalecimento do Sistema Único de Saúde, especialmente numa região com tantos contrastes. Podemos dizer que, hoje, temos a oportunidade de construir um futuro melhor para as populações da Amazônia e a Fiocruz é parte desse grupo de pessoas engajadas”, analisa.
Júlio Pedrosa (Fiocruz Amazônia)