A embelecida paisagem amazônica no seu indubitável e encantatório adorno, continua resistindo de forma honrosa aos ataques nefastos de uma sociedade envolvente que preza pela iniquidade ardil e pela desonra torpe dos valores dos povos da floresta.

Rio Mamu – Fronteira Brasil – Bolívia – Foto: Marquelino Santana.

Às margens dos rios amazônicos, as coletividades originárias e tradicionais, procuram manter suas heranças sócio-linguístico-culturais vivas, como uma forma virtuosa de repassar esses impolutos laços históricos às novas gerações do mundo vivido.

São características singulares desse espaço de ação, a convivência suntuosa e harmoniosa com a natureza colossal. As atividades cotidianas do coletivo ribeirinho, por exemplo, não ferem a mãe terra e não oferecem perigo à memória coletiva da existência humana.

O sentimento de poder ancorar uma canoa ou batelão na beira do rio, e de lavar roupas e demais utensílios da casa num tradicional instrumento de madeira – ou marcador territorial fabricado – demonstra a generosa e louvável atitude de manter a alma ribeirinha entranhada na exuberância imaculada da vida.

A desmesurada convivência ribeirinha com a natureza, a celebração cosmogônica da exaltação dos sentidos, o caminhar devaneante entrelaçado à terra, e o aconchego telúrico com as encantarias da mata, são peculiaridades reais e estetizantes das coisas da Amazônia.

Por: Marquelino Santana

FONTE: Correio Eletrônico (e-mail) recebido do autor

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