Como o rio Solimões sofreu mudança de curso ao longo dos anos, material achado agora pelo Iphan possui grande relevância arqueológica
A seca severa e histórica dos rios do Amazonas fez reaparecer, na região do rio Solimões, as ruínas do Forte São Francisco Xavier, no município de Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus).
Com isso, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) fez registro de acervo inédito e decidiu incluir o local no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos.
A edificação, erguida em 1766, na região da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, pertencia a Coroa Portuguesa.
De acordo com o Iphan, a construção no ponto extremo do rio Solimões é considerada um “marco da consolidação da fronteira brasileira na região Norte.”
Dessa maneira, vestígios arqueológicos, como louças, vidro, material construtivo e ferroso, foram achados no local.
“Esse conjunto de vestígios nos possibilita conhecer a ocupação do local e a estrutura de edificações”, destacou Jaime Oliveira, arqueólogo do Iphan. Segundo pesquisadores, os primeiros registros sobre a ocupação dessa região são do século 16.
ÍNTEGRA DO TEXTO DISPONÍVEL EM: Seca do rio Solimões expõe ruínas do forte de Tabatinga, no AM (bncamazonas.com.br)
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- Forte São Francisco Xavier (eb.mil.br) – Fundado em 1776 pelo Sargento-Mor Domingos Franco, ao lado de uma aldeia construída por jesuítas, provavelmente em 1710, o Forte de São Francisco Xavier de Tabatinga serviu como demarcação da fronteira noroeste do Brasil, assim defendendo de ataques espanhóis aquela região. Remonta a um simples registro, erguido a partir de 1776 por determinação do governador e Capitão-general do Estado do Grão-Pará e Maranhão, Fernão da Costa de Ataíde Teive Souza Coutinho (1763-1772), destinado à inspeção da canoas que se dirigiam à povoação espanhola de San Pablo de Loreto, no Peru. Núcleo do povoado de São Francisco Xavier de Tabatinga para a guarnição desse Registro para aí foi deslocado um destacamento militar do rio Javari, constituindo-se um posto de guarda de fronteira. Com o incremento do movimento comercial o Peru, esse posto fronteiriço adquiriu importância, e a partir de 1776, por determinação do Governador da Capitania de São José do Rio Negro, Coronel Joaquim de Melo e Póvoas, um forte foi iniciado, com as obras a cargo do Sargento-Mor Domingos Franco.
- AM: Seca revela forte do século 18 que marcou fronteira com terra espanhola (uol.com.br)
- Ruínas do Forte São Francisco Xavier construído em Tabatinga pela Coroa Portuguesa reaparecem com a seca do Solimões (fatoamazonico.com.br)
- Ruínas de forte e gravuras rupestres encontradas após seca do Rio Solimões (olhardigital.com.br)