MANAUS (AM) – O Pará é o Estado da Amazônia Legal líder em focos de queimadas nas últimas 48 horas no Brasil, com um total de 848 notificações. É o que aponta o sistema de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), consultado pela AGÊNCIA CENARIUM AMAZÔNIA neste domingo, 5.

Estados do Amazonas e Pará, captados pelo satélite do Inpe (Reprodução/Inpe) – Republicação gratuita, desde que citada a fonte. AGÊNCIA CENARIUM

Os incêndios florestais no território paraense, nos limites com o Amazonas, podem ser uma das causas da fumaça que encobriu Manaus nos últimos dias e fez a qualidade do ar voltar a ficar comprometida. Na sexta-feira, 3, nove focos foram identificados na região metropolitana da capital amazonense.

Depois do Pará, o ranking dos Estados com maior número de focos de queimada são: Mato Grosso (323); Amapá (160); Maranhão (119); Rondônia (116); Ceará (87); Amazonas (55); Tocantins (48); Piauí (37); Pernambuco (26); Bahia (24) e Acre (14).

No monitoramento por cidades, dentre dez municípios com mais focos, seis são do Pará: Poconé (MT); Portel (PA); Pacajá (PA); Moju (PA); Mazagão (AP); Macapá (AP); Porto Velho (RO); Anapu (PA); Porto de Moz (PA); Almerim (PA).

De acordo com dados do satélite GOES-16, fornecidos pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), o fluxo de ventos tem trazido partículas das queimadas para a capital do Amazonas e região. A dispersão desse material se dificulta pela ausência de chuvas e calor intenso

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) aponta que a estação chuvosa no Amazonas, neste ano, está prevista para iniciar em dezembro e pode ser afetada pela continuidade do El Niño. O órgão estima que o período de chuva pode ocorrer abaixo da climatologia da região.

Diminuição de chuvas

O reaparecimento da fumaça e de novos incêndios florestais em Manaus e na região metropolitana da capital amazonense foi favorecido pela diminuição das chuvas. É o que aponta o informe da crise climática do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

“As chuvas diminuíram na região metropolitana, o que favoreceu o reaparecimento de focos de fogo, queimadas e incêndios florestais“, diz a nota do órgão, que destaca ainda que a fumaça de Estados como o Pará, Amapá e Mato Grosso, assim como Maranhão e Piauí, é direcionada para o Amazonas.

Há pelo menos três semanas, Manaus registrou pancadas de chuva que, embora não tenham sido suficientes para elevar o nível dos rios, ajudaram a reduzir os focos de calor e a primeira onda de fumaça, que colocou o ar da capital amazonense como segundo pior no mundo para respirar.

Qualidade do ar

O Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva) mostrou às 14h30 deste domingo a qualidade do ar “muito ruim” na Zona Centro-Oeste de Manaus, ao marcar 86 (µg/m3). Na Zona Norte da cidade, o marcador chegou a 74. Nas demais áreas, a qualidade do ar variou entre “moderada” e “ruim”.

Desde que as queimadas se intensificaram na região amazônica, no início de outubro, o Brasil ocupa as 30 primeiras posições de piores países no planeta. Nas últimas 24 horas, a capital do Amazonas figurou com a cidade com o ar mais poluído do País, segundo o medidor internacional aqicn.org.

Outras cidades, entre elas três da Amazônia Legal, também entraram no radar do sistema de acompanhamento: Santarém (PA); Cuiabá (MT); Cubatão (SP) e Tefé (AM).

Editado por Jefferson Ramos – Revisado por Adriana Gonzaga – Adrisa De Góes – Da Agência Cenarium Amazônia – Republicação gratuita, desde que citada a fonte. AGÊNCIA CENARIUM – Agência Cenarium Amazônia (aamazonia.com.br)  

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