Os principais entraves e as oportunidades para o desenvolvimento da cultura do guaraná no Amazonas foram discutidos no Workshop das Cadeias Produtivas Prioritárias, promovido nesta quinta-feira, 23/11, na sede da Embrapa Amazônia Ocidental. O evento tem por finalidade prospectar demandas para apoiar ações de PD&I e subsidiar políticas públicas para o setor agropecuário amazonense.
Realizado pela parceira da Embrapa com o Governo do Estado do Amazonas por meio da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), o evento reuniu mais de 70 pessoas entre produtores rurais, comerciantes, técnicos da extensão rural, pesquisadores e setores da indústria. Terá continuidade na sexta-feira, 24/11, com visita técnica em uma fazenda produtora de guaraná no município de Manacapuru.
O pesquisador Everton Rabelo Cordeiro, chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, deu as boas vindas aos participantes e falou da importância do evento. “O guaraná é um produto que tem demanda e os produtores precisam se apropriar das tecnologias disponíveis para melhorar a produtividade e atender o mercado”, comentou.
A pesquisadora Kátia Emídio, chefe-adjunta de P&D da Embrapa Amazônia Ocidental, apresentou as cinco linhas de temáticas de atuação da instituição no Amazonas e disse que o evento era um espaço de fala em que os participantes poderiam dizer o que estava dando certo e o que poderia melhorar.
Airton José Schneider, secretário executivo adjunto de Política Agrícola, Pecuária e Florestal do Amazonas representando o secretário titular da Sepror, Daniel Borges, falou da parceria profícua com a Embrapa e da participação dos extensionistas para o sucesso do evento. O presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Estado do Amazonas (Idam), Vanderlei Alvino, disse que a cultura do guaraná faz parte dos projetos especiais do Governo do Estado que será fortalecido em 2024.
Na programação, os pesquisadores André Atroch e Firmino do Nascimento, da Embrapa Amazônia Ocidental, apresentaram as tecnologias da Embrapa disponíveis para o setor produtivo: 19 cultivares clonais, uma cultivar propagada por semente, sistema de produção para o guaranazeiro, aprimoramento do sistema de produção de mudas clonais, pesquisa de novos componentes químicos industriais para desenvolvimento de novos produtos. Com as novas cultivares lançadas foi possível alcançar a produtividade acima de 1,5 kg de sementes por planta por hectare, enquanto a média estadual é de 200 gramas.
Os maiores produtores de guaraná no Amazonas estão concentrados nos municípios de Maués, Presidente Figueiredo e Urucará, com 75% da produção. Mas o maior produtor brasileiro é o estado da Bahia que detém mais de 60% da produção nacional.
Após a palestra houve o Momento Troca de Experiências, quando os representantes das empresas Sabores Vegetais do Brasil, Dr. Guaraná e Boutique do Guaraná compartilharam seus conhecimentos e expuseram as principais demandas e oportunidades do setor. Todos ressaltaram a demanda de mercado tanto interna quanto no exterior pelo guaraná, para produção dos mais variados produtos, desde fármacos, até refrigerantes e cosméticos.
Para sistematizar as informações, houve a participação do Instituto Acariquara que promoveu a dinâmica entre os participantes com a finalidade de elabora a construção coletiva de uma proposta de atuação da cadeia do guaraná a ser levada às políticas públicas de governo e de pesquisa agropecuária.
O workshop também contou com a participação do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável (Idam); Agência de Defesa Agropecuária e Florestal (Adaf); Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS); Banco da Amazônia (Basa)
Dia de Campo
Dando continuidade à programação, a Sepror, Embrapa e o Idam, realizarão, nesta sexta-feira (24/11), visita técnica na fazenda Manancial, em Manacapuru, onde foram plantados cultivares da Embrapa e tem apoio da empresa Sabores Vegetais. Os participantes terão a oportunidade de vivenciar de perto o ambiente e a experiência da produtora Eliane Medeiro, favorecendo a troca de informações dos participantes.
Workshops
O Workshop Cadeias Produtivas no Amazonas prevê outros encontros voltados a diferentes setores produtivos ao longo do ano abordando as cadeias da mandioca, pecuária sustentável e olericultura.
O Workshop começou a ser realizado em maio de 2023. Além da cultura do guaraná, já foram destacadas as cadeias produtivas da citricultura, banana, cupuaçu, castanha, abacaxi, piscicultura e açaí, nos municípios Tefé, Rio Preto da Eva, Coari e Manaus.
Maria José Tupinambá (114 DRT-AM)
Embrapa Amazônia Ocidental – Guaraná tem demandas e oportunidades discutidas no Workshop das Cadeias Produtivas do Amazonas – Portal Embrapa
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