Entre 21 de setembro e 10 de outubro, a Capitania Fluvial de Tabatinga, organização da Marinha do Brasil (MB) subordinada ao Comando do 9º Distrito Naval, realizou Cursos de Formação e de Adaptação de Aquaviários, além de ações de fiscalização e serviços de regularização documental de condutores e de embarcações, por meio do seu Projeto “Capitania Itinerante”, na região do Alto Solimões.

Agência Escola Flutuante “Multirum III”, no rio Solimões, a caminho dos municípios atendidos – Imagem: CB-ES Iremar – Fonte: Agência Marinha de Notícias

Durante a ação, foram contempladas comunidades indígenas localizadas nos municípios amazonenses de São Paulo do Olivença, Santo Antônio do Içá e Jutaí. A capacitação realizada nesse período conclui um ciclo de mais de 20 cursos profissionais marítimos, sendo oito realizados em comunidades indígenas, formando cerca de 250 indígenas como novos profissionais Fluviários. Os cursos ministrados foram concebidos pela Autoridade Marítima para atender a necessidade de habilitar tripulantes para embarcações com propulsão a motor, empregadas em toda a Amazônia.

“O ambiente amazônico é caracterizado pelas grandes distâncias e ausência de estradas, onde os rios são a única alternativa viável de locomoção. Em todas as localidades de nossa jurisdição há embarcações engajadas no transporte de cargas e passageiros, sendo imprescindível que haja também aquaviários formados para conduzir e tripular essas embarcações. Por isso, levamos os cursos às comunidades ribeirinhas e indígenas, pois para a maioria não seria possível frequentar cursos na sede da Capitania, em Tabatinga”, afirmou o Capitão dos Portos de Tabatinga, Capitão de Fragata Ricardo Sampaio Bastos.

Os Cursos de Formação de Aquaviários nas regiões mais afastadas da Amazônia representam um esforço da MB para fortalecer as comunidades indígenas, capacitando-as para desempenhar um papel fundamental na proteção e desenvolvimento sustentável desta vasta região. “É muito importante para todos nós a Marinha vir aqui fazer esses cursos, porque tudo que fazemos é através das ‘rabetas’, para pescar, para ir para outros locais, tudo é através dos rios”, afirmou Luciana Costodio, Cacique da Comunidade de Campo Alegre.

A formação desses aquaviários tem impacto na região, pois propicia oportunidades de emprego e geração de renda para os alunos, fortalece a capacidade de proteger e preservar o meio ambiente, no trabalho desenvolvido contra a poluição hídrica, além da promoção da segurança da navegação e da salvaguarda da vida humana, assunto presente em todos os cursos, por exemplo, nas instruções de utilização de coletes salva-vidas para os tripulantes e passageiros.

Presença da Autoridade Marítima

No período, além das ações do Ensino Profissional Marítimo, foram realizados serviços de Capitania Itinerante, com atendimento aos aquaviários e ações de fiscalização do tráfego de embarcações nos municípios de Jutaí, Tonantins, Santo Antônio do Içá, Amaturá e São Paulo do Olivença, além de suas comunidades adjacentes, somando-se mais de 700 milhas navegadas (cerca de 1.200 quilômetros).

Os militares da Capitania trabalharam na orientação e conscientização das tripulações das embarcações, com relação à segurança da navegação e prevenção da poluição hídrica. Foram realizadas mais de 700 atividades, que incluíram um total de 550 abordagens para Inspeção Naval, e serviços, como a regularização das embarcações e dos aquaviários, com 98 novas embarcações inscritas e 75 Cadernetas de Inscrição e Registro entregues, além de revalidações e 2ª vias. A missão também percorreu as vias navegáveis da jurisdição da Capitania, com o intuito de identificar possíveis perigos à navegação devido à prolongada estiagem que atinge atualmente o Alto Rio Solimões.

Agência Marinha de Notícias – Marinha forma aquaviários em comunidades indígenas do Alto Solimões | Marinha do Brasil

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