Em relatório de Avaliação Técnica Pós-Desastres, encaminhado ao município, nesta quarta-feira (25), Serviço Geológico do Brasil sugere ações preventivas

Local da ruptura do talude mostrando a grande quantidade de água, lama e destroços de algumas casas (Foto: SGB)

Um novo estudo alerta para a possibilidade de novos desastres na Vila do Arumã, no município de Beruri, no Amazonas. A comunidade foi afetada no dia 30 de setembro pelo fenômeno de “Terras Caídas”, que provocou a morte de duas pessoas e deixou três desaparecidas, além de causar perdas materiais. Nesta quarta-feira (25), o Serviço Geológico do Brasil (SGB) encaminhou à Câmara Municipal o relatório da Avaliação Técnica Pós-Desastres em que sugere ações para prevenção e resposta a desastres na região.

No documento, o SGB destaca que casas localizadas nas áreas próximas ao deslizamento de terra podem ser afetadas por desestabilizações futuras. “O evento em questão provocou a exposição de um espesso pacote de solo que naturalmente ficará vulnerável a fenômenos erosivos e movimentos gravitacionais de massa, como os deslizamentos, os quais se acentuam especialmente durante as temporadas chuvosas”.

Diante do cenário, são recomendadas medidas para proteger a vida da população. Entre elas, avaliar a possibilidade de remoção e reassentamento dos moradores que vivem em casas inseridas em áreas de risco muito alto, principalmente em período de variação extrema do nível do rio – secas e cheias. Além disso, o SGB recomenda que sejam fiscalizadas a construção de novas moradias e proibidas casas em encostas, margens e no interior dos cursos d’água.

O SGB também recomenda estudos para: atualização do mapeamento de áreas de risco geológico em todo o município; adequação do sistema de drenagem pluvial e esgoto; e para embasar projetos e obras de contenção de encostas. Também é sugerida a elaboração de plano de contingência que envolva as zonas rural e urbana, com o objetivo de aumentar a capacidade de resposta e prevenção a desastres no município.

Causas

O relatório aponta que o processo de “Terras Caídas” ocorre pela combinação de diferentes elementos naturais, como a vazão dos rios, a velocidade do fluxo do rio, turbulência, a pressão da água subterrânea no solo nos períodos de seca, a altura e a declividade do talude da margem, além de outros fatores relacionados ao tipo de solo e ao histórico geológico da área. As ações humanas como desmatamento, lançamento de águas servidas no talude e o uso de água subterrânea também podem contribuir para a deflagração do processo erosivo.

A Avaliação Técnica Pós-Desastres foi realizada entre os dias 9 e 11 de outubro após solicitação da Câmara Municipal de Beruri (AM). Para conferir o relatório, clique aqui.

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Estudo alerta para possibilidade de novos desastres em comunidade afetada pelo fenômeno “Terras Caídas”, no Amazonas (sgb.gov.br)

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