VILHENA (RO) – O mês de agosto fechou com 563 quilômetros quadrados sob alertas de desmatamento na Amazônia. Mesmo considerável, o número representa a terceira menor marca para o período na série histórica do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), feito desde 2015 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os dados foram divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) na última terça-feira, 5.
De acordo com o instituto, o total de áreas em risco seguem caindo na maior floresta tropical do planeta: somente no último mês, e com esses números, o Inpe apontou uma queda de 66% em comparação com agosto de 2022, que teve mais de 1.600 quilômetros quadrados de vegetação ameaçados na época.
Declínio histórico
Utilizado pelo Inpe, sistema Deter produz, diariamente, sinais de alteração da cobertura florestal do bioma em áreas superiores a 3 hectares, sejam elas totalmente desmatadas ou em processo de degradação.
Segundo a plataforma, o índice de áreas sob alerta em agosto só foi maior que os números observados em 2017, com 278 quilômetros quadrados, e 2018, com 526 quilômetros quadrados.
Tendências
O Inpe ressalta que o Deter não tem a finalidade de medir com precisão as áreas desmatadas, mas aponta tendências. “O sistema tem o objetivo de detectar o desmate enquanto ele ocorre para orientar a fiscalização ambiental”, explica o Ministério do Meio Ambiente.
Já a taxa anual de desmatamento, que é medida de agosto a julho, é feita por outro sistema do Inpe, o Prodes, e deve ser divulgado em novembro, ainda segundo a pasta.
Queda de janeiro a agosto
Também houve redução de quase a metade do total de áreas sob alertas de desmatamento nos primeiros oito meses de 2023, comparando com o mesmo período do ano passado: 48% menos, segundo o Inpe.
Nesse período, 10 municípios amazônicos concentraram 32% do total de alertas. Apuí, no Amazonas, liderou o ranking, com 196 quilômetros quadrados em risco, seguido de Altamira (PA), com 176,26 quilômetros quadrados, e Feliz Natal (MT), com 176,23 quilômetros quadrados.
Quatro das dez cidades estão no Amazonas, três no Pará, duas em Mato Grosso e uma em Rondônia, segundo o MMA.
Fiscalizações
Quanto à repressão aos crimes ambientais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), diz ter aumentado os autos de infração por delitos contra a flora em 160% em relação à média para o mesmo período dos últimos quatro anos. Já os embargos, ou seja, a proibição do uso de áreas desmatadas ilegalmente, subiram 119%; as apreensões, 86%, e a destruição de equipamentos, 185%, afirmou o Ibama.
Também entre janeiro e agosto, o Ibama apreendeu e bloqueou:
- 3 mil cabeças de gado em pastos ilegais;
- 25 aeronaves;
- 36 toneladas de cassiterita
- 1,85 milhão de metros cúbicos de créditos virtuais de madeira
Outro importante órgão de proteção ambiental, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realizou 264% mais autos de infração, aumentou os embargos em 49%; as apreensões em 105% e os termos de destruição em 122%, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Iury Lima – Da Revista Cenarium Amazônia – Editado por Jefferson Ramos – ver fotos e gráfico – Agência Cenarium Amazônia (aamazonia.com.br)
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