VILHENA (RO) – Mais de 400 dragas de garimpo ilegal foram flagradas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) navegando pela região de Porto Velho e o distrito de Nazaré, no rio Madeira, em Rondônia.

O flagrante aconteceu durante um sobrevoo feito pelas equipes, no último fim de semana (Ibama/Reprodução) – Postada em:  Agência Cenarium Amazônia (aamazonia.com.br) 

O flagrante aconteceu durante um sobrevoo feito pelas equipes, no último fim de semana, segundo o instituto. O Ibama estima que, com a movimentação do garimpo, cerca de 100 quilos de mercúrio sejam despejados nas águas do rio, durante o mês de agosto.

Nova fiscalização feita pelo Instituto na última segunda-feira, 14, apontou uma diminuição no número de embarcações irregulares. Sem especificar quantas dragas ainda seguem o curso do Madeira, o órgão informou apenas que “o quantitativo ainda é preocupante”.

Ainda segundo o Ibama, ações em conjunto com a Polícia Federal (PF) serão realizadas para coibir o avanço da atividade ilegal, na região. Procurada pela AGÊNCIA CENARIUM AMAZÔNIA, a PF não comentou o caso.

História que se repete

A invasão de dragas de garimpo ilegal no rio Madeira é um ataque constante à região amazônica. Há quase um ano, em outubro de 2022, a Polícia Federal explodiu 121 embarcações do mesmo tipo, entre Rondônia e o Amazonas, em uma ação que durou três dias.

A ofensiva foi em resposta a atuação de organizações criminosas, como classificou a PF, que lucram com prejuízos ambientais como a mineração ilegal. Além da poluição, a polícia destacou, a época, que a atividade das balsas clandestinas, que atuam sugando o fundo do rio em busca de ouro, pode modificar o curso natural do afluente, destruir a vegetação ribeirinha e interromper canais de água.

Em outro caso, em novembro de 2021, uma invasão de 300 balsas garimpeiras levou pânico a moradores da comunidade de Rosarinho, na região de Autazes e Nova Olinda, a pouco mais de 100 quilômetros de Manaus. Todas sem licença ambiental para mineração, chegaram a bloquear quase totalmente um trecho do rio Madeira.

Riqueza ilícita

Estudo publicado em junho deste ano, pelo Instituto Escolhas, revelou que cada balsa de garimpo, especialmente as maiores, fatura mais de R$ 1 milhão por mês extraindo ouro das profundezas dos rios amazônicos, obtendo lucro superior a R$ 600 mil.

De acordo com o levantamento, só o investimento para começar uma operação de garimpo com balsa na Amazônia, passa de R$ 3 milhões.

O estudo também calculou o investimento para garimpos terrestres, feitos em áreas próximas ao leito dos rios. Nessa modalidade, o investimento gira em torno de R$ 1,3 milhão. Já a receita, passa dos R$ 900 mil ao mês.

Além disso, todo o bioma amazônico já tem quase 180 mil hectares explorados pela mineração, de acordo com o MapBiomas. A maior parte disso, mais de 150 mil hectares, só no garimpo de ouro.

Assista: Garimpos faturam mais de R$ 1 milhão por mês na Amazônia, revela estudo

Iury Lima – Da Agêcia Cenarium Amazônia – Agência Cenarium Amazônia (aamazonia.com.br) 

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