Desde o começo do ano, Forças Armadas já enviaram mais de 29 mil cestas básicas e empregaram mais de 6 mil horas de voo em ações na região
Mais de 6.000 horas de voo, 1.200 militares envolvidos, 63 meios aéreos, terrestres e marítimos utilizados, 350 indígenas transportados, quase 30 mil cestas básicas enviadas, mais de 700 toneladas de cargas lançadas, 3.000 atendimentos médicos e 100 Evacuações Aeromédicas (EVAM) realizadas.
Esses números traduzem seis meses de ações no âmbito das Operações Yanomami e Ágata Fronteira Norte e refletem a prontidão permanente e a dedicação incansável dos militares da Marinha do Brasil (MB), do Exército Brasileiro (EB) e da Força Aérea Brasileira (FAB). Muitos deles deixaram as famílias por semanas, sem data para voltar, para prestar apoio logístico humanitário, prevenir e reprimir o garimpo ilegal nas Terras Indígenas Yanomami (TIY).
As firmes ações repressivas resultaram, ainda, na apreensão de 743 equipamentos, na recuperação de 40 mil quilos de cassiterita e 1.675 gramas de ouro, além da inutilização de 385 barracas e acampamentos e mais de 100 garimpeiros ilegais detidos. Um impacto financeiro estimado em mais de R$ 44,6 milhões.
A consequência de todas essas ações é o combate direto à malária, desnutrição infantil, contaminação por mercúrio e exploração sexual na região, além do enfrentamento à degradação do meio ambiente a longo prazo, uma problemática que envolve não somente a geração atual, mas, principalmente, as próximas.
Hospital de Campanha
Com mais de 80 dias de operação, o Hospital de Campanha (HCAMP), montado pela FAB, resultou no atendimento de mais de 2.000 pacientes, de fevereiro a abril de 2023. Os principais casos diagnosticados nos atendimentos prestados por 80 profissionais de saúde foram desnutrição, pneumonia, diarreia aguda, doenças de pele e malária.
Os dados contabilizados ao longo da operação comprovaram uma melhora significativa na saúde dos indígenas. Sobretudo, confirmaram que o exercício de gestão da saúde, no sentido de proteger, promover e recuperar a saúde dos povos nativos, bem como orientar o desenvolvimento das ações de atenção integral à saúde, foram executados de maneira efetiva.
Transporte emergencial
Ainda no âmbito da saúde, as Evacuações Aeromédicas (EVAM) realizadas em ação de apoio à Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) fizeram a diferença na salvaguarda das vidas indígenas. Uma delas foi a de uma mulher que estava em trabalho de parto, interrompido pela dificuldade de passagem do feto. Outra indígena respirava por meio de aparelhos, após agravamento ocasionado pela malária. Desde o início das operações, as Forças Armadas mantêm aeronaves e tripulações de sobreaviso, sete dias por semana, 24 horas por dia, para atender casos dessa natureza.
Transporte de cestas básicas
Outra situação de utilização dessas aeronaves é para o envio de cestas básicas, entregues às comunidades indígenas Yanomami. Elas são fornecidas pela Companhia Nacional de Abastecimento e entregues na Base Aérea de Boa Vista. Após o recebimento, as cestas são preparadas por militares para serem lançadas de paraquedas.
Em cada lançamento, as aeronaves percorrem algumas centenas de quilômetros sobre a Amazônia. Em seguida, são recebidas no solo e estocadas para serem entregues nas comunidades indígenas. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) é a responsável por designar a comunidade que será abastecida com o mantimento, além de acompanhar e entregar cada cesta disponibilizada.
A partir disso, aeronaves da MB, do EB e da FAB apoiam a FUNAI e realizam a entrega das cestas nas mais remotas regiões da terra indígena. O KC-390 Millennium, o C-130 Amazonas e o C-98 Caravan são exemplos de aeronaves da FAB que contribuíram para a chegada de alimentos às comunidades indígenas Yanomami.
Controle do espaço aéreo
O controle aeroespacial durante as operações é realizado pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), Organização Militar da FAB responsável por conduzir os meios aéreos necessários para identificação, coerção ou detenção dos tráfegos que estiverem voando na área. No contexto dessa atuação, foram identificados e interceptados tráfegos ilícitos na região Yanomami, como o ocorrido em junho. Na ocasião, aeronaves da FAB, de modelos E-99, A-29 e H-36, interceptaram um avião irregular, que pousou em uma estrada de terra a cerca de 70 quilômetros de Boa Vista (RR) e foi inutilizado por agentes do IBAMA.
Outra missão de reconhecimento, dessa vez na região de Homoxi, envolveu o apoio aéreo prestado por militares das Forças Armadas a uma ação da Polícia Federal (PF). Instalações de um garimpo ilegal foram identificadas e inutilizadas por agentes da PF. Foram destruídas duas barracas com os equipamentos deixados pelos garimpeiros.
Essas foram apenas duas das ações diárias que demonstram o preparo operacional dos militares que atuam no controle do tráfego aéreo na região.
Combate ao garimpo ilegal
Até o momento, as ações repressivas ao garimpo ilegal no âmbito da Operação Ágata resultaram na detenção de 119 garimpeiros, além de centenas de equipamentos apreendidos em acampamentos.
A Operação tem atuado na repressão e na segurança de diversas áreas estratégicas da TIY, como é o caso de Homoxi, onde está situada a Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI), a única da região e que atende cerca de 700 indígenas. Outro ponto estratégico é a comunidade de Parafuri, onde a Operação Ágata tem realizado um trabalho de reestruturação, pois a região é ponto de constantes desavenças entre as comunidades locais.
O impacto social e todos os dados relacionados às duas operações são exemplos concretos da determinação em fazer valer a lei e combater atividades prejudiciais ao meio ambiente e às comunidades locais. Todo esse trabalho demonstra a seriedade das Forças Armadas no combate ao garimpo ilegal, proteção das comunidades indígenas e o compromisso em preservar os recursos naturais para as futuras gerações.
Fotos: Comando Conjunto Escudo Yanomami e Comando Conjunto Ágata Fronteira Norte (VER GALERIA DE FOTOS)
PUBLICADO POR: FORÇA AÉREA BRASILEIRA FAB – FAB completa seis meses de atuação de apoio humanitário na TIY – Força Aérea Brasileira
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