De acordo com monitoramento do Serviço Geológico do Brasil, estiagem na região afeta rios, e há tendência de forte redução nos níveis
Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) indica que o comportamento dos rios Negro, Solimões e Amazonas – que formam Bacia do Rio Amazonas, no Norte do país – dá indícios de processo acentuado de vazante. Um dos fatores que afeta o nível das águas é a forte estiagem que ocorreu em julho na região.
De acordo com a pesquisadora em geociências e responsável pelo Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas (SAH Amazonas), Jussara Cury, a falta de chuvas provocou descidas acentuadas nos rios. Apesar da vazante estar dentro da normalidade para o período, há tendência de que possa se agravar. “A situação mais preocupante é no Alto Solimões, na região de Tabatinga, que é a montante da calha. Se o nível das águas reduzir muito, o comportamento deve ser seguido nos demais rios da bacia”, explica Cury.
O cenário já tem afetado a navegabilidade da região. A Marinha do Brasil chegou a emitir um comunicado, na última semana, restringindo a navegação durante a noite, em rios do Amazonas. Com as informações geradas, o SGB contribui para subsidiar ações dos gestores públicos e das defesas civis estadual e municipais, além de ajudar a população e setores produtivos na tomada de decisões.
Boletim do Sistema de Alerta
Boletim publicado pelo SGB na sexta-feira (25), a partir do monitoramento das estações no estado do Amazonas, indica que, em Tabatinga, o Rio Solimões apresentou oscilações nas descidas, ao longo da semana, o que diminuiu a intensidade da recessão local. “Em Fonte Boa e Itapéua, foram registradas descidas médias diárias de 10 cm e, em Manacapuru (AM), o Solimões apresentou descidas diárias de 13 cm”, indica o documento.
O Rio Amazonas apresentou descidas médias diárias de 12 cm no Careiro da Várzea, 9 cm em Itacoatiara e 6 cm em Parintins. Já o Rio Negro registrou descida média diária de 7 cm em São Gabriel da Cachoeira e Tapuruquara e de 6 cm em Barcelos. Em Manaus, na estação do Porto, o nível do Negro apresentou uma vazante média diária de 11 cm.
Os boletins de monitoramento do SAH Amazonas podem ser consultados aqui.
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