Entre os dias 10 a 14 de julho de 2023, foi realizada a edição condensada do curso em “Gestão Compartilhada de Recursos Pesqueiros com foco no Manejo Participativo de Pirarucu (Arapaima gigas) em ambientes de várzea”, com a participação de 15 técnicos do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (IDAM) de diversos municípios do Amazonas. A capacitação ocorreu na sede do município de Tefé (AM), no Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM). 

Foto postada em: Instituto Mamirauá – Stéffane Azevedo

Com trabalho de aproximadamente dois anos de conscientização e de levar informação sobre a importância do manejo do ordenamento pesqueiro, os selecionados foram estrategicamente pensados devido a potência do manejo de pirarucu nos municípios em que o IDAM representa, como explica o presidente da instituição, Daniel Borges. “Justamente com a parceria do Instituto Mamirauá com o seu conhecimento, toda a expertise nesse assunto, levamos esses representantes dos municípios estratégicos, onde possuem potencial para se qualificarem e levar essa informação para os produtores que estão na ponta”, diz.  

O principal objetivo do curso é incentivar a multiplicação das ações de manejo participativo de pesca em outras regiões. Durante uma semana, os alunos trocaram experiências de manejo, tiveram aulas sobre monitoramento da produção do pirarucu, pesquisas que subsidiaram o manejo voltadas para a biologia e ecologia da espécie, e foram discutidos a metodologias participativas para o estabelecimento de regras e acordos de uso dos recursos pesqueiros. A equipe que participa da formação é composta por técnicos do “Programa de Manejo de Pesca” com ampla experiência na gestão do manejo participativo.

A  coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do IDSM, Ana Cláudia Torres, conta que ao longo dos 24 anos de atuação, o Instituto atende uma demanda com capacitações de equipes e suporte nas comunidades tradicionais com implementação de recursos pesqueiros. “ O curso é super importante para oferecer ferramentas, trabalhos, metodologias e dinâmicas que vão subsidiar o trabalho dos técnicos em campo”, afirma. 

Geração de renda e conservação

O pirarucu é uma das espécies de peixe de água doce mais valorizadas economicamente e conhecidas no planeta. Natural dos rios e lagos da Amazônia, o pirarucu sofreu uma intensa pressão de pesca nas últimas décadas. A metodologia de manejo da espécie em ambientes alagáveis, conhecidos regionalmente como várzeas, é desenvolvida pelo Instituto Mamirauá há 24 anos. O objetivo do manejo é garantir a sustentabilidade da pesca, conservando o equilíbrio nos ecossistemas em que o pirarucu vive e, ao mesmo tempo, gerando renda para as populações locais.  

A engenheira de pesca, Raimunda de Souza, que atua na unidade local de Itacoatiara (AM), fala sobre sua experiência durante a formação. “Esse curso é de suma importância não só pra mim, mas para todos os colegas que aqui estão representando as unidades locais do IDAM do estado do Amazonas, nossa maior expectativa é o conhecimento sobre o manejo do pirarucu, a gestão compartilhada para depois de absorver levar todo conhecimento adquirido para a prática”, relata. Raimunda ainda conta que o principal objetivo é ajudar o produtor rural, o pescador e o agricultor familiar.

Com duas décadas de história no Instituto Mamirauá, o manejo de pirarucu expande suas fronteiras além do estado do Amazonas e um dos canais para isso são os cursos de multiplicadores.

Texto: Stéffane Azevedo – ver galeria de fotos – Publicado por: Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (mamiraua.org.br)