Belém (PA) – Desde a década de 1960, a Engenharia Militar exerce um papel fundamental na integração da Amazônia. A vasta extensão coberta pela floresta tropical e a presença de rios imponentes, bem como o clima quente e úmido, com a precipitação média mais elevada do território nacional, fazem da tarefa de construir infraestruturas, como estradas e rodovias, uma empreitada desafiadora. Sob a gestão e planejamento do 2º Grupamento de Engenharia (2º Gpt E), localizado em Manaus-AM, atualmente, há diversas obras de cooperação em andamento na região. A execução é realizada pelo Exército Brasileiro em parceria com diversas instituições públicas.

Crédito: CMA

Na Operação Cantá, militares trabalham na implantação e pavimentação da rodovia BR-432, em Roraima, abrangendo melhorias na segurança e no escoamento de águas. A primeira etapa já foi concluída. A retomada das atividades está prevista para este verão amazônico, e a conclusão da obra, para até o fim do ano.

Já em Estirão do Equador, no Amazonas, o Destacamento EDOR, com equipes especializadas do 6º Batalhão de Engenharia de Combate (6º BEC), atua para implantar uma via de trafegabilidade que vai permitir o transporte mais eficiente entre a pista de pouso e o 4° Pelotão Especial de Fronteira (4° PEF/8° BIS). O batalhão foi responsável pela conexão entre Roraima e Amazonas por meio da rodovia BR-174.

Para conectar a capital do Acre a Cruzeiro do Sul-AC, no interior do estado, foi empregado o 7º Batalhão de Engenharia de Combate (7º BEC), para implementação da BR-364. Hoje, seu efetivo está envolvido na Operação Alto Purus, com o objetivo de readequar o aeródromo de Santa Rosa do Purus, com uma nova pista de concreto. A obra é de grande complexidade logística, devido ao transporte fluvial dos materiais necessários.

Na região conhecida como “Cabeça do Cachorro”, em São Gabriel da Cachoeira-AM, a 21ª Companhia de Engenharia de Construção (21ª Cia E Cnst) tem a responsabilidade de conservar e reparar a rodovia BR-307, que é a via de ligação até a Tríplice Fronteira do Brasil-Colômbia-Venezuela, na região de Cucuí-AM. Além disso, a Companhia realiza serviços de reparação nas pontes de madeira, construção de bueiros e conservação de estradas não-pavimentadas, reduzindo o isolamento dessa região do país.

Pioneirismo

A capital de Rondônia é a sede do 5º Batalhão de Engenharia de Combate (5º BEC), conhecido como o “Pioneiro da Amazônia”. Sua história heroica de integração nacional se confunde com a da construção da rodovia BR-364 (Cuiabá-Porto Velho). O batalhão deslocou-se durante a construção da estrada, até se instalar na então capital do Território Federal de Rondônia, em 1966. Essa obra permitiu reduzir substancialmente o tempo de percurso, em qualquer época do ano, entre o sudoeste amazônico e os grandes núcleos do Centro-Sul do País. Atualmente, o 5º BEC é o responsável pela implantação das vias laterais na travessia do Rio Jaru, agilizando ainda mais o tráfego pela BR-364.

Ao estabelecer-se no encontro dos rios Tapajós e Amazonas, o 8º Batalhão de Engenharia de Combate (8º BEC) desempenhou papel crucial na implantação da rodovia BR-163, conectando Santarém-PA a Cuiabá-MT. Suas tropas estão envolvidas na Operação Matapi, sediada em Macapá-AP, com a missão de pavimentar o trecho sul da BR-156, que se estende da capital amapaense até Laranjal do Jari, no Amapá. Um destacamento, com 150 militares, realiza tarefas de terraplanagem, pavimentação e drenagem na rodovia.

Fonte: Comando Militar da Amazônia

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