Boa Vista (RR) – O corpo de uma criança morta durante um ataque à aldeia Parima (mesmo nome do rio), na Terra Indígena Yanomami, ocorrido na última segunda-feira (03), foi encontrado nesta sexta-feira (07) pelo Corpo de Bombeiros. A informação é da liderança Júnior Hekurari Yanomami, em entrevista à Amazônia Real neste sábado (08), e confirmada pelas autoridades do governo de Roraima. Segundo nota da corporação, o corpo da menina de sete anos estava a cerca de 25 metros, rio abaixo, na região de Parima. A operação para encontrar a menina começou um dia após o ataque.

Resgate dos feridos no conflito que foram para o hospital em Boa Vista (Foto: CMA). – Postada em: Corpo de menina Yanomami é encontrado no rio Parima – Amazônia Real (amazoniareal.com.br)

Segundo Júnior Hekurari, que é presidente da Urihi Associação Yanomami e do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami (Condisi-Y), o corpo foi entregue para os ritos fúnebres aos familiares que permanecem na comunidade. A mãe da menina também foi atingida durante o ataque e está internada no Hospital Geral em Boa Vista, com mais cinco indígenas que ficaram feridos.

A liderança Yanomami afirmou que o tiroteio do último dia 03 aconteceu próximo à Unidade Básica de Saúde da aldeia de Parima. “Um grupo de indígenas armados atacou essa família que ia à Unidade. Os garimpeiros estão aliciando os indígenas do Xitei, Parima, Aracaça, Tirei, Wathóu, que estão recebendo muitas armas, eu vi, só não deixaram eu tirar fotos. Eles falam que os garimpeiros dão as armas para que eles se defendam”, disse.

O ataque à aldeia da região do rio Parima aconteceu no início desta semana supostamente por indígenas de outras aldeias Yanomami – Whaputa e Castelo – segundo informações repassadas à imprensa de Boa Vista. A PF avalia que os garimpeiros que permanecem no território indígena estão armando e aliciando os indígenas para causar divisões e conflitos entre as aldeias. A Amazônia Real procurou a PF para obter mais informações sobre essa versão, mas não teve respostas.

Um relatório de abril de 2022, elaborado pela Hutukara Associação Yanomami, já apontava que, além das invasões, os garimpeiros estavam empreendendo um forte assédio pra aliciar os indígenas, especialmente os jovens, e incentivá-los a se envolver com o garimpo.

Por Felipe Medeiros – TEXTO NA ÍNTEGRA DISPONÍVEL EM: AMAZÔNIA REALCorpo de menina Yanomami é encontrado no rio Parima – Amazônia Real (amazoniareal.com.br) 

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