Todos os anos, em 20 de junho, se celebra o Dia Mundial do Refugiado, data criada pelas Nações Unidas para homenagear as pessoas refugiadas em todo o mundo. O tema deste ano é “Esperança longe de casa: por um mundo inclusivo com as pessoas refugiadas”. Em Belém, a programação ocorreu, no Horto Municipal, e contou com representantes da prefeitura e do governo do Pará, junto com indígenas venezuelanos da etnia Warao.

Foto: Lorena Esteves – ASCOM SEPI

O evento foi organizado pelo Comitê Municipal para Refugiados, Migrantes e Apátridas, em cooperação com a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). De acordo com a Acnur, o estado do Pará acolhe cerca de 1.300 indígenas de diferentes etnias, sobretudo, da etnia Warao, que precisaram reconstruir suas vidas em função de um deslocamento forçado por conta de conflitos e outras situações de vulnerabilidade.

Para Janaína Galvão, chefe do escritório da Acnur Belém, o estado do Pará tem um destaque na proteção das pessoas refugiadas indígenas porque tem um quantitativo importante desta população, não só na Região Metropolitana de Belém, mas em todo o estado. “O nosso trabalho tem sido feito junto ao governo local e ao governo do estado para fortalecer as capacidades técnicas e de infraestrutura para fazer um acolhimento qualificado a essa população”, ressalta.

Jhonny Rivas, indígena do Conselho Warao Ojiduna, veio com quatro integrantes da família em deslocamento da Venezuela. Para ele, vir para o estado do Pará representa um recomeço. “A gente tá aprendendo que somos refugiados e que outra pessoa não pode falar por nós. Estamos na luta para mostrar nossa cultura, nossa dança, para que os parentes brasileiros conheçam nossa história”, explica.

O governo do Pará foi representado pela Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi). A secretária Puyr Tembé destacou a importância dos povos indígenas para a vida do planeta e enfatizou a criação de políticas públicas com e em defesa dos povos indígenas.

“Quero colocar a Secretaria de Estado dos Povos Indígenas à disposição do povo Warao para estar e construir com vocês algo melhor para a nossa nação. Sejam bem-vindos e se sintam bem acolhidos no estado do Pará, na Amazônia, no Brasil. Aqui, na Venezuela, na Colômbia ou no Peru, somos todos povos indígenas, temos direitos, deveres e queremos justiça! O Brasil é terra indígena!”, destaca.

Programação – Ainda em celebração a data, ocorre entre os dias 23 a 25 de junho (próximos sábado e domingo) uma Feira de Arte e Artesanato Warao de comunidades refugiadas e migrantes, no Horto Municipal, das 8h às 12h.

Dados de refugiados no Mundo – Segundo o relatório anual da ACNUR, Tendências Globais sobre Deslocamento Forçado 2022, até o final de 2022, o número de pessoas deslocadas por guerra, perseguição, violência e violações de direitos humanos atingiu o recorde de 108,4 milhões, um aumento de 19,1 milhões em relação ao ano anterior e o maior aumento já registrado. Em 2023, há um aumento nessa trajetória do deslocamento forçado global com a eclosão do conflito no Sudão, que desencadeou novos fluxos de saída, elevando o total global para uma estimativa de 110 milhões até maio deste ano.

PUBLICADO POR: AGÊNCIA PARÁ – Indígenas venezuelanos celebram Dia Mundial do Refugiado, em Belém | Agência Pará (agenciapara.com.br)