Diante dos impactos causados nas estações de monitoramento Plataformas de Coletas de Dados (PCDs), o SGB mobilizou mais uma equipe experiente de técnicos em geociências, Wladimir Gomes e o auxiliar Robson Tolentino, que, mesmo com dificuldades de deslocamento de Rondônia ao Acre, conseguiram chegar em tempo de recuperar as PCDs e realizar medições de descarga liquida, dando suporte à equipe de engenheiros que estava aplicando a modelagem hidrológica e realizando os boletins de prognósticos para toda a bacia. Os documentos podem ser acessados por meio do link: CPRM – SACE (sgb.gov.br) – http://www.sgb.gov.br/sace/index_bacias_monitoradas.php#. 

Pesquisador do Serviço Geológico do Brasil durante a ação

As informações levantadas pelas equipes constituem um acervo histórico de grande importância para definir curvas-chave em seu ramo superior e, consequentemente, geração de vazões em cotas altas com maior grau de confiabilidade, além também de levantamento de áreas inundadas usadas para a gestão territorial, evacuação de áreas numa cheia futura e calibração de modelos hidrodinâmicos. Foram realizadas medições 3,74 metros acima da cota de inundação em Rio Branco, 5,10m e 4,31m acima das cotas máximas medidas anteriormente em capixaba e no Rio Rola, respectivamente.

Rio Branco

O registro e medição de vazões históricas máximas nem sempre é possível, devido a vários fatores: disponibilidade de equipe, acesso ao rio, segurança da equipe, equipamentos adequados para realização da medição, contudo a medição de uma vazão máxima medida é fundamental para os projetos de obras hidráulicas, dimensionamento de usinas hidrelétricas (vertedores), como base para dimensionamento de sistemas de drenagem e órgãos de segurança de barragens, entre outras tantas aplicações. Sem as informações básicas de vazões, os projetos de aproveitamento de recursos hídricos tendem a ser menos precisos, conduzindo a resultados duvidosos, que ora tendem a ser extremamente conservadores e custosos, ora a serem de risco superior ao admitido.

Rio Rola

O registro e medição de vazões históricas máximas nem sempre é possível, devido a vários fatores: disponibilidade de equipe, acesso ao rio, segurança da equipe, equipamentos adequados para realização da medição, contudo a medição de uma vazão máxima medida é fundamental para os projetos de obras hidráulicas, dimensionamento de usinas hidrelétricas (vertedores), como base para dimensionamento de sistemas de drenagem e órgãos de segurança de barragens, entre outras tantas aplicações. Sem as informações básicas de vazões, os projetos de aproveitamento de recursos hídricos tendem a ser menos precisos, conduzindo a resultados duvidosos, que ora tendem a ser extremamente conservadores e custosos, ora a serem de risco superior ao admitido.

Confira a síntese das medições realizadas pelas equipes de Porto Velho:

Mapa da bacia do rio Acre e diagrama unifilar. Fonte: 20201204_Relatório_Anual_Acre.pdf (sgb.gov.br)
http://www.sgb.gov.br/sace/conteudo/acre/artigos/20201204_Relat%C3%B3rio_Anual_Acre.pdf

Na figura 1 é apresentado o mapa da bacia do rio Acre. No mapa, foram destacados os pontos das estações de monitoramento ali localizadas e o contorno da bacia até o trecho de Rio Branco, situado mais à jusante na bacia monitorada, totalizando uma área de 23.400 km². Além do mapa, também é apresentado o diagrama unifilar, representação esquemática do rio Acre e seus principais afluentes, onde se indicam os códigos das estações, suas áreas de drenagem e as distâncias ao longo dos rios entre cada uma delas.

Todos os pontos de monitoramento são importantes e representam partes da bacia ajudando modelagem e previsão de níveis. Recentemente, no dia 25 de fevereiro de 2023, o SGB/CPRM foi informado sobre a destruição completa da estação hidrometeorológica de Assis Brasil, código 13450000. A estação é do tipo fluviométrica e mede os níveis do Rio Acre no município de Assis Brasil/AC. Este ponto de monitoramento pertence à Rede Hidrometeorológica Nacional operada pelo SGB/CPRM, por meio da Residência do SGB/CPRM de Porto Velho/RO e é de responsabilidade da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A estação fluviométrica de Assis Brasil (código 13450000; Latitude: -10,94, Longitude:-69,56), em específico, possui notória relevância no monitoramento dos recursos hídricos do estado do Acre e do território brasileiro, estando dentro da bacia Amazônica. É pertencente à bacia do Rio Acre, que possui uma dinâmica fluvial diferenciada, com cotagrama resultante de respostas rápidas do rio Acre, resultando eventualmente em eventos críticos de inundações e secas. Está localizada em uma região de tríplice fronteira, Brasil-Bolívia-Peru, permitindo suprir informações hidrológicas essenciais para os países envolvidos.

As estações que compõem a Rede Hidrometeorológica Nacional são de patrimônio público, instaladas e mantidas com recursos da União. Estes recursos são provenientes da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e são repassados para o SGB/CPRM por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED). Portanto, deve-se considerar que a destruição da estação ocasionou prejuízo aos recursos públicos. Além do valor monetário, estimado em R$22mil, para recuperar a estação, fica a pergunta -quem paga a interrupção e divulgação destes dados durante as cheias? Além da interrupção na série histórica da estação fluviométrica de Assis Brasil possui 41 anos, sendo operada desde 1982, com dados consistentes de leituras de níveis do rio pelo observador hidrológico, medições de vazão e monitoramento de parâmetros de qualidade da água feitas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Já o monitoramento automático da PCD (Plataforma de Coleta de Dados), existe desde 2001, onde as informações de nível do rio e as precipitações são enviadas via satélite e disponibilizadas ao público em tempo real no SNIRH. Esse monitoramento sistemático do local é o que permite realizar a gestão dos recursos hídricos e diversos estudos hidrológicos.

Núcleo de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil
Ministério de Minas e Energia – Equipe do SGB em Porto Velho atua efetivamente na cheia da bacia do Rio Acre (cprm.gov.br)